VÍDEO DE PEDIDO DE REVISÃO DE NOTA:
MAIS E MAIS VÍDEOS:
Relato
da defesa?
ARTE & CRIME: Uma Não
autobiografia, pois apaguei coisas que não importam!!!!
Introdução
“Eu vi no seu trabalho uma linha tênue entre arte e crime” [1](Walder, meu orientador)
Eu
deveria começar por algum ponto sobre algo real. Ou revelando verdades. Parando
de negligenciar acontecimentos reais.
Mas, do que importaria? Pouco importa o que eu fale ou escreva. Nada tem
valor nas linhas que disserto. Ser criminoso, por existir, esse sou eu.
Introduzo texto monográfico, portanto, pensando como um livro. Um livro que não deve ser
lido. Um livro feito para academia, na academia, para qualquer pessoa
interessada em cultura e arte criminosa, mas, não deve ser lido. Tampouco deve
ser comentado em rodas formais e encontros acadêmicos. Não deve ser
distribuído, nem vendido.
Este
livro, na verdade, não devia existir. Nada feito por mim deveria ter existido,
uma vez que, eu não deveria existir. Não da forma como existi até aqui.
Capengando entre conceitos meus, e de uma sociedade pautada em valores
invertidos. Pessoas moralmente e esteticamente condicionadas a não entender. A
falar. Julgar. Criticar. Discutir. Cansar-se dela mesma e persistir em ser
igual, mesmo quando se diz diferente.
A universidade reproduz melhor isso do que
qualquer outra instância educativa no Brasil. Nesses lugares, brancos como eu,
são maioria, em um país onde negros e pardos representam mais gente. Para eles, o direito público é
negado. A mim, que não quis seguir a lógica capitalista do mundo branco, nem
calar-me diante de opressões, mesmo quando subjetivas, não consigo comparar com
as opressões com os amigos negros. Não consigo, pois não vivo isso.
Sou
branco, olhos verdes azulados. Sou de uma família de classe média, do bairro de
Casa Caiada, Olinda-PE. Lucas Leal, nove letras, nascido 26/02/1986. Certo dia
cai do berço tentando fugir dele. Noutro quase decepei um dedo na bicicleta
tentando capar o pneu da bicicleta da minha prima Dedi. Antes disso, com 11
meses, entrei na escola e mordia todas as crianças de lá (que tinham acima de 2
anos...).
Aos
3 anos eu acabava minhas tarefas antes dos colegas e ajudava a tia em sala. Aos
17 e 10 meses passei no curso de Licenciatura Plena em história na UNICAP. Era
surfista, malhava, bebia pouco, tentava ser jogador de futebol. Aos 18 desisti.
Aos 19 já fazia tanta merda que me perdi. Deixei de ser o Lucas Leal, 9 letras
nome completo, artista desde sempre, que escreveu uma música com 3 anos de
idade.
Dos
13 aos 17 fui Pankeka de Olinda, brigava em toda festa e quase todo dia na
escola. Jogava futsal, agarrava também... me arriscava nas praias com a galera
da favela, jogando um futebol limpo. Com 23 sai de lá e vim ao Rj, de carona.
Cheguei na Unirio. Quis estudar lá. Tornei-me mestre 28/02/2013.
Agora,
com esse livro que não deve ser lido, tento ser teórico do teatro. Não me
importa, o que difere de um historiador? Também não importa. Dos 19 aos 29... eu fui quem não deveria
ser... quem não gostava de ser... e mesmo assim, hoje ainda sei quem sou. Ainda
quero ser eu, ser quem fui e quem não fui. Não quero ser lido ou visto. Mas
algumas pessoas as vezes querem que eu queira. Ótimo.
Não
vivo de ilusões, nem sonhos, ralei muito para ter a merreca que tenho e fazer
tudo de doidera que fiz. Loucuras reais, ficcionais, curiosas, dinâmicas, e...
tensas. Vivi numa tensão enorme dos 17 aos 27. Foram também 10 anos que fui
outro, e não eu.
O
que me parece até então, é que só fui eu aos nove anos, quando disse para minha
mãe que queria ser feliz e não ficar pensando nos problemas o tempo todo. Que
ninguém iria tirar o meu sorriso. Talvez tenham tirado, e mesmo assim, com
quase 30, Flora e Walder, viram em mim, algo que nem eu vejo, alguém que deve
ser lido por outras pessoas sem ser da Unirio.
Por
lá (na Unirio), não fui só lido, como atacado, difamado, caluniado e centro de
polêmicas, distorções, irrealidades, fatos absurdos e atitudes horrendas. Da
minha parte e de muita gente para comigo. Foi uma guerra. Um crime. Meu renascimento, e minha morte.
Entreguei meu corpo, meu rosto, e perdi até a alma. Não existo mais.
Sobrevivo
em um mundo que discordo, que não me cabe, que não quero para ninguém. A
inexistência de si, quando desistimos de querer qualquer coisa e ao mesmo tempo
já fizemos tanto, que não tem volta. Já sou algo ou alguém na história de muita
gente. De forma positiva e de forma negativa. Eu serei sempre o que eu não
queria. Alguém que muita gente não amaria... infelizmente, para esses, vos
digo, eu ainda me amo.
Coexisto
entre meus Eus, entre os tempos, passado, presente e futuro. Planejo e tomo
atitudes. Sim, de fato, existo. Há
coisas no meu trabalho e jeito de agir que ainda gosto. Principalmente o fato
de colar as ideias, progredir, rememorar, refazer, e mesmo assim, acreditar que
apenas uma vez, mesmo dando tudo muito errado, teve um intuito.
Em
tudo que faço, principalmente na arte, mesmo que seja para o nada, ou para mim,
tem uma fundamentação, uma teorização e uma estética. Há uma lógica no meu
trabalho. Mesmo que eu não consiga me fazer entendido, o não sentido, o não gostar,
o achar uma merda, é uma experiência.
O
não aplauso que busco. O não marcar hora. O não querer nada além de ser visto,
ouvido, e comentado. Isso sim, de certa forma, me interessava. Até quando não concordo
e fico muito puto quando inventam algo de mim (isso fundamenta um filme sem
fim, que relatada verdades e mentiras no sentido extra-moral. O que é verdade? O
que é mentira?). Mas, eu me fiz alguém assim. Um ser que as pessoas falam. Isso
me faz ser. Existir.
Mesmo
que eu morra, em algum momento, creio que alguém que me conheceu lembrará algo
que fiz. Isso é fazer história? E como re-fazer? Como se tornar personagem do seu
próprio filme? Como falar de si escondendo aquilo que você não se orgulha? E
como falar de si, sem escrever o que aconteceu, que para muitos não tem valor?
Como falar de mim? O que falar de mim?
Acho
que agora não preciso mais falar nada. Tenho vídeos, relatos, memórias,
pessoas, datas... tenho uma história sem fim para contar algo que nem tem
importância, como elaborei meus trabalhos de arte e vida. Ficção e realidade. Personagens
de mim com base em histórias universais. Contos de fadas, Desenhos animados.
Filmes. Livros. A bíblia. Quem eu acho que sou? Quem sou eu para mim? Quem sou
eu para quem me conheceu? Eu preferia responder o nada. Pra uns sou maluco. Para
outros babaca. Para mim, não importa. Já disse, não existo. Sobrevivo por
sobrevivência. Pelo instinto animal, e não moral. Tampouco tenho instintos
éticos, uma vez que sempre acabo por desrespeitar aquilo que acredito, que é, a
honestidade, a verdade, a sinceridade. Num mundo como o nosso, não posso ser
assim. No meu mundo, que não existe, não
quero mais tentar que exista. Meu mundo não importa.
Tentei
me formar dizendo que queria falar do meu trabalho e de mim, e de tanto fazer
isso, já não quero mais. Isso me prova algo. Eu nunca quero aquilo que
conquisto. Quero mais. Quero além. Não quero só falar de mim, como re-fazer meu
eu. E meu eu social? Em quem confiar se nem eu sei quem sou ou o que quero?
Estar sozinho. Assim me sentia depois de cada evento... e assim me sinto depois
de cada apresentação. Depois disso, todo mundo vai para casa. Eu não. Não tenho
casa. Não tenho vida. Nem existo. Eu não sou eu e nunca conseguiria ser. Esse
eu que eu dizia querer falar sobre, não é real. Alguém seguro e confiante do
que faz. Alguém que aceita o outro. Esse não sou eu. Eu não me aceito, como
aceitaria o outro?
Sou
um babaca com uma obra de arte imunda. Um lixo. Alguém desprezível que
atrapalha aula, meio ambiente, recital, vida tranquila no RJ e a paz
universitária. Os que aceitam todos, não me aceitam. Os artistas de lá? Pedem
para que eu não volte.
Não
me querem em seus trabalhos, ou perto deles, ou em qualquer lugar que seja, uma
vez que, sou um perigo constante. Posso “tacar gasolina” ou “coisa que cheire a
gasolina” em todos os lugares. Sou um ser virtual. Que adiciono as moças e a
maioria me aceita. Um menino branco, meio maluquinho, com olhos verdes azulados,
mestre, professor odiado, um não artista.
Ao
vivo? E na minha arte? Um ser que não deveria existir. Façam-me o favor,
troquem a garrafa do meu truque e deixem que eu morra na sua frente. Gasolina?
Eu que inventei? Ambientalista.... e deixa copo plástico na pedra para o
pessoal da limpeza recolher.
Recital
que impede ar-condicionado ser ligado no teatro ao lado, com um calor do
caralho. Ar-condicionado? Energia elétrica. Papel, plástico, garrafas. Come
chocolate, compra roupas, se utiliza do bem bom moderno, e vem arrotar sobre
ambientalismo? Sobre direitos, igualdade e diferença? É o mesmo de eu te falar
que negro tem preconceito comigo. Não vamos inverter as causas.
Eu
estava reivindicando usar um espaço, como estudante, teórico e artista. Um
espaço que você também tenta fazer o mesmo. Se o meu trabalho te atrapalha, o
teu me atrapalha por te atrapalhar. Se eu paro e você continua, eu não faço. Se
eu faço e você não faz, eu faço. Quem vou escolher entre eu e você? Eu. Fogos?
Fogo? Oh, que medo. Senhor, dei-me um minuto de paz para aguentar esse povo
careta e hipócrita, que senta nas vassouras industriais, invoca deuses, coisas
místicas, buscam paz interior, mas não entendem que cada qual busca sua própria
paz da sua maneira.
Usar
algo industrial é denegrir a natureza. Viver humanamente hoje, é uma destruição
para o meio natural. Não é um fogo formando um círculo que vai causar
isso... Minhas respostas e ações causam
nojo, desafetos, intrigas, comentários maldosos, e revela a verdade. O ser precisa
de algo para falar, criticar, atingir, diminuir, denegrir e questionar. E assim
esquecem os reais problemas. Desigualdades. Falta de carinho. Pensar no afeto,
abraços, poesias e risadas. Sofrer pelo outro... e se eu me matasse ali? Em
cena... ninguém fez nada... sabiam ou achavam que sabiam o que eu estava
fazendo. Que não ia dar em nada e se desse, foda-se ele, melhor, morreu se
matando. Um ser babaca e imundo, morto pelo fogo que fez para mostrar que a
vida ferve e a alma se vai...
Se
tudo fosse como eu queria, alguns cidadãos não precisavam nem existir. Mas,
graças ao deus que acredito, ou os deuses que acreditem, ou nenhum deus, todos
existimos em um mundo onde tudo é uma grande farsa. Invenções. Tal como minha
cena de suicídio. Uma morte barulhenta. Ninguém me impediria. Mas não quero
morrer. Se morrer, ótimo. Se não, bom também. Coexistir. Colaborar. Calar-se. Calar-me.
Escrever para o nada. Para mim. Vou
tentar novamente. Vejam só. Eu não quero falar de Happenings[2], e poderia. Não quero
falar de performances[3], tampouco quero falar de
Alice no País das maravilhas e do Mágico de Oz a partir dos livros e/ou
filmes. Quero falar da minha história,
como tentei traduzir minhas experiências de vida através da arte, o porquê,
meus motivos, meus desejos, uma vontade louca de falar. Agora, vontade louca de
escrever. Um medo enorme de ser lido. E um texto, cheio de cortes, recortes,
verdades, ficções, choques, críticas, tapas na cara, palavrões. Muitos
palavrões. Desgostos. Desamores. Desafetos. Amores, tesão. Vontade de agir.
Querer ser visto. Agora não, calar-me.
O
silêncio e o muito barulho. O não silêncio. O silêncio de novo. Mais silêncio,
até sumir. O nada. Alguém por perto. Eu. Eu sozinho. Eu com textos. Eu com
ideias. Eu com amigos. Ou nada. Deitado, dormindo, pensando. Eu.
Obs1: Nessa postagem eu deveria falar do Chapeleiro
Maluco VII da lama ao caos "O retorno de Shiryu" + frociberdelia (A
Festa) + Bazar das amigas e coisas mais = FESTA DO GLAMOUR ♡♡
Obs2: CONFESSO
QUE A VONTADE AINDA EXISTE, MAS A BANCA ME PEDIU PARA REFAZER ALGUMAS COISAS NO
TEXTO. JULGO QUE O RELATO ACIMA COMO NOVA INTRODUÇÃO, COMO SUGERIU A BANCA,
PENSANDO NO TEXTO COMO UM LIVRO, SERÁ FUNDAMENTAL PARA QUE EU CONSIGA ENFIM
FALAR DO ÚLTIMO BAILE E DO ÚNICO O MUNDO MÁGICO DE OZ, QUE SERVIU COMO PRÁTICA
DE MONTAGEM I EM 2015.1.
Obs3:
Boas novas. Meu projeto de prática de montagem 3 foi aprovado por unanimidade
no departamento de teoria do teatro da Unirio. Além disso, consegui quebra de
pré-requisito e vou conseguir que lancem a nota da prática ainda em 2015.2 (o
que faz de mim alguém formado agora... iupiii.. isso porque as notas podem ser
lançadas até 05/02/2016 e eles vão avaliar a pré-produção de um cine/teatro ao
vivo e online).
TÍTULO DO PROJETO:
Como
eu trato do meu EU como objeto e pesquisa em artes, minha proposta de PTM III recebeu
o seguinte título: CINECLUBE AO VIVO E
ONLINE 4 LADEIRAS E 70 DEGRAUS APRESENTA: “MEU PERNAMBUCO” 6 ANOS E MEIO
DEPOIS: EM UMA SÉRIE DE VIAGENS. Aqui vou colocar só a parte do Resumo das
cenas do projeto que foi encaminhado e aprovado pelo departamento de teoria do
teatro para acontecer ainda em 2015.2.
Resumo
Parte
1
Vou começar por Olinda... alguns bairros, e
lugares que já fui. Como será que está tudo agora? E depois? Depois vou para
lugares em Paulista... Recife... Itamaracá... Vale da lua... Praias de Porto de
Galinhas... Tamandaré. Já é o bastante para reviver lugares e apresentar para
pessoas que nunca ouviram falar. Essa é a parte 1 do projeto.
Parte
2
Assistir jogos do Clube Sport do Recife. Agora, além dos jogos na Ilha do retiro
(estádio do clube que fica em Recife), vou para todos os jogos fora de Recife,
mas em Pernambuco, no intuito de, além de ver os jogos, conhecer o lugar e as
pessoas. Em cada local quero saber dos costumes, valores, relatos, e, conversar
sobre o que eu fazia pelo Rio de Janeiro (remontando a história do filme sem
fim 4 Ladeiras e 70 Degraus). Vão ser
viagens bem loucas... espero que curtam...
Proposta de Encerramento na
unirio
Conversa
sobre o projeto + exibição de fragmentos do filme sem fim.
Local:
Parede externa ao prédio novo do CLA, anexo ao refeitório.
Data:
Até Junho de 2016 (a definir).
CENOGRAFIA/CENÁRIO/CENA/PRODUÇÃO:
Release:
Partindo da ideia de Happening e
performances, o ator perforMAN traz a tona o inverso da loucura de várias
histórias sobre histórias sobre ele a partir do cinema em casa com base no
cinema de rua. A pesquisa serviu para conclusão do curso Bacharelado em Artes
Cênicas dom habilitação em teoria do teatro na Universidade Federal do Estado
do Rio de Janeiro com título inicial sui
generis, audacioso anárquico-político: TENTANDO
SER ARTISTA EM UM ESPAÇO ONDE SÓ ESTUDAMOS OUTROS ARTISTAS: UMA PESQUISA
AUTOBIOGRÁFICA DO PAÍS DAS MARAVILHAS PARA CIDADE DAS ESMERALDAS. Em uma segunda versão, pensando ser um livro,
o título provisório é: ARTE & CRIME: Uma Não
autobiografia, pois apaguei coisas que não importam!!!! O cinema na
vai ser na minha casa, Lucas Leal, 9 letras, pisciano. Ou melhor, na casa de
mainha, que vivi de 1 ano e 10 meses até 23 anos e 5 meses. É de graça. VEM ME
(RE) CONHECER?
“Agende seu horário online a partir das datas
de exibição/gravação do meu/seu/nosso filme sem fim.”
Pré-
estreia 26/02/2016 para ex-alunos do Antigo Colégio Atual Olinda (que estudaram
entre 1996 e 2003) e Colégio São Bento de Olinda (1998 a 2003).
Após a pré-estreia, serão 5 semanas, 20 dias,
60 exibições/gravações de um filme sem fim, sobre um cara que viveu a vida de
outro cara e fez outro cara viver a vida dele por 10 anos e fez outro cara
viver a vida de outro cara por mais 10 anos e me fez viver a vida dele por 10
anos. Quem sou eu 10 anos depois? Depois? Quem é você nessa história?
[4]
Abraços
Lucas Leal
PARECER DA BANCA:
DECLARAÇÃO DE DEFESA:
MATRIZ DO JORNALZINHO:
TEXTOS DO JORNALZINHO ALTERNATIVO "ANTES QUE O SOL DESPONTE": EDIÇÃO ESPECIAL DE FORMATURA
Texto
I
{25/11/2015}
Quando comecei a fazer meu trabalho artístico, tinha em mente que
era alguém diferente. Uma pessoa que
deveria ser vista. E persegui isto, mesmo
que inconscientemente. Mas, ser conhecido não é fácil.
Texto
II
{Mesmo dia...}
Eu realmente acreditava no valor das minhas ideias. Nos objetivos
do que buscava. Na trajetória que eu tentava traçar em minha vida. Ou talvez eu
achasse que era diferente. Não superior, mas por vezes, para muitos, soou desta
forma. Impor-me foi fundamental. Mas é contraditório e interpretativo. Até
quando achamos que fazemos algo legal, alguém vê de outra forma. Até você
começa a não ver da mesma forma. Talvez depois de 2013 tudo meio que perdeu o
sentido. Eu já não tinha mais paciência de estar calado, engolindo sapo,
morando em qualquer lugar e comendo PA (Prato do aluno) todo dia. Mas não
queria carro, casas e joias. Não. Eu queria ser eu. Queria ser compreendido.
Ter meu trabalho artístico fundamentado e no circuito cultural. Mas não foi bem
esse o caminho que a vida me reservou. Comecei me desentender com muita gente,
já não tinha tanta paciência. Coisas particulares da minha vida já não eram
meros problemas meus, envolvia meu trabalho como artista e professor...
situações aconteceram. Busque força interna. Tive uma forca enorme. Refazer-me.
Compreender e aceitar críticas. Calar-me. Ou falar menos? Não sei... mas fui
mudando, deixando de ter contato com pessoas e situações paralelas a minha real
intenção. Quero ainda ser alguém que fez alguma coisa legal na vida.
Texto
III
26_11_2015
Eu tinha aquela ideia ingênua de amor. E de mim. Que seria amado.
Muito amado, por ser quem acho que sou.
Mas as teias das relações sociais, sobretudo em encontros sobre política... não
consigo explicar, mas se todo mundo pensasse igual eu penso, o mundo seria uma
bosta. Essa é a conclusão maior que tiro de tudo que já vivi até hoje. Já
tentei me desculpar com todas as pessoas que um dia me desentendi e tive
oportunidade para isso. Algumas, não importam, pois eu não importo para elas.
Outra lição que eu tiro. Ninguém é tão importante que deva ser lembrado por
todo mundo. E há pessoas, que não precisam mesmo ser lembradas. Eu nunca
entendi muito bem sobre isso, mas me imaginava como uma pessoa que deveria ser
lembrada. Ora, na escola, entre os amigos, em todo lugar que estou, sempre
chamei atenção. Mas, no atual momento, sobretudo o silêncio, tem sido o melhor
companheiro. Falar o necessário. Escrever mais, e se possível, tentar publicar.
Este jornalzinho... como defesa de monografia, como cena performativa, é um
sonho realizado. Ter leitores, público, amigos, professores, compreendendo
mesmo que vagamente meu trabalho é o que hoje me satisfaz. Mas não quero muito
público, ou qualquer pessoa. Quero aquelas que queiram. Aqui faço como
atividade de pesquisa estética em artes cênicas. É minha teoria do teatro. A
rua como palco. Espaços públicos. O público como atores. E eu? Ah... eu sou
esse ai... falem o que quiser de mim, eu só quero um tempo para escrever, e um
dia para amar... o que vem depois de cada dia, é a vontade de ter mais tempo de
escrever e mais dias para amar... já não quero ser amado... já me sinto amado.
Não por todos. Por mim. Foi isso que consegui com toda minha pesquisa. Amar-me
mesmo sem precisar ser amado. Amar os outros sem esperar o amor deles.
Amar... simplesmente...
Texto
IV
{ Mesmo dia...
}
Eu sei que é muito difícil, para quem não me conhece, e não
trabalha com o meio artístico-cultural, entender um sujeito, que faz um filme
sem fim, que conta a história de uma banda que não existe, misturando histórias
reais com ficção a partir dos contos de fadas – com intuito de discutir arte e
política. Quando intitulei o texto monográfico trouxe toda carga de vivência
como estudante de artes na Unirio. E até hoje, o que acho mais legal é ter
inventado o jornalzinho alternativo. Em 2013.2 com uma turma de estudantes de
Geografia na Disciplina Sociologia da
Educação na FFP-UERJ, passei como segunda atividade avaliativa. O grupo,
depois de ver o filme “A Febre do Rato” e se chocar comigo como professor, foi
estimulado a elaborar seu jornalzinho. Dar título. Tema. Com base sobretudo em
inquietações sociais a partir de conceitos sociológicos, e fazer um “piloto” do
jornalzinho. Foi lindo. Até hoje acho a melhor atividade que já pensei. É a
melhor forma de comunicação para aqueles, como eu, que pesam demais e possuem
muitos questionamentos. No texto livre, num jornalzinho meu, que eu apresento
só para quem se interessa, para mim, é fazer arte. Mas não é fácil explicar
isso como arte. Eu sei. Nunca foi. Nem tantos outros trabalhos e atitudes
performáticas que fiz na Unirio. Fui, como muitos artistas são...
incompreendido... quem tiver saco, um dia, senta comigo e me pergunta qualquer
coisa, talvez eu diga que posso escrever uma carta para você. Que tal?
TÍTULO DA MONOGRAFIA: TENTANDO
SER ARTISTA EM UM ESPAÇO ONDE SÓ ESTUDAMOS OUTROS ARTISTAS: UMA PESQUISA
AUTOBIOGRÁFICA ENTRE O PAÍS DAS MARAVILHAS E A CIDADE DAS ESMERALDAS
Quer receber uma carta minha? Deixa o email abaixo... quem sabe os
leitores também escrevem para você? Beijocas. (Fiz essa proposta em um evento,
e tive 12 e-mails para fazer, vou limitar aqui em 5...).
1
|
2
|
3
|
4
|
5
|
Texto V
{27/11/2015}
Se agora, sei lá, depois de tudo que já vivi e fiz, alguém me
perguntar, quer voltar 20 anos? 10 anos? 5 anos? Vou dizer que não. Eu não
seria quem eu sou. Se fico pensando em voltar no tempo, não vivo o presente,
não planejo meu futuro. Sou um teórico. Historiador. Artista. Tenho planos.
Projetos. Pesquisas. Mesmo que, trabalhos sem fim. Não quero terminar nada.
Terminem por mim. Queria somente viver e sorrir!!!
Explicando linguagem pernambuquês:
Performan = performer
Lá em Olinda, entre os amigos, nos chamamos de Man, monstro,
monster, monstrinho, broder, brodagem, animal, entre outras formas
“carinhosas”. Quando comecei a fazer performance, e me definir como ator que
faz performances, imediatamente associei ao MAN. Então achei digno e justo me
considerar um perforMAN. Soa mais nítido o sentido em minha cabeça ainda
pernambucana. (página 108)
Parte da história sobre a história dos
personagens que faço pensando no filme/teatro inacabado
Um dia
Gonzalez teve um sonho (2004), que podia reviver a história de alguém que viveu
a história de alguém por 10 anos e fez outra viver a vida dela por 10 anos que
fez outra pessoa viver a vida dela por dez anos e assim me fez viver 10 anos a
sua vida. E assim foi vivendo... ele só poderia contar a história sobre a
história depois desses 10 anos. Tem feito isso faz 1 ano... e talvez o faça por
mais 9. Então temos 10 anos + 10 anos + 10 anos + 10 anos, de uma história que
nem sabemos se é real...
Para tentar
explicar meu projeto, elaborei vários outros projetos... mas, só consegui
condensar quando de fato resolvi transformar um perfil particular no facebook
em fanpage, intitulando-me como personagem de um filme inacabado (interpretando
Gonzalez, que interpreta o palhaço Low, que interpreta outros
personagens...) (trecho do memorial,
página 116)
RESUMO DA MONOGRAFIA
O presente trabalho tem como finalidade apresentar questões que tentei
elaborar em meus trabalhos artísticos durante a formação acadêmica. O título do
trabalho TENTANDO SER ARTISTA EM UM ESPAÇO ONDE SÓ
ESTUDAMOS OUTROS ARTISTAS: UMA PESQUISA AUTOBIOGRÁFICA ENTRE O PAÍS DAS
MARAVILHAS E A CIDADE DAS ESMERALDAS sugere o quão difícil é ser artista dentro de uma Universidade. Buscando,
no entanto, encontrar meu projeto de arte, desde 2010 ao presente momento,
tomei atitudes para não desistir de encontrar o que estava procurando. Concluo
o curso em Bacharelado em Artes Cênicas com Habilitação em Teoria do Teatro –
discutindo arte e política nos contos de fadas, a partir da minha autobiografia
– associando conceitos de performances; happenings; produção de cultura e arte
independentes, rompendo tempo e espaço, misturando ficção com realidade, no
sentido extra-moral. Com esse texto, não pretendo que as pessoas deixem de
querer ser artista ou achem que eu consegui ser, tampouco acreditem que quero
alguma coisa específica. A única coisa que queria, neste momento, é dizer que
tentei muito ser artista. Mas, eu queria mesmo é ser quem sou, Lucas Leal, 9
letras, pisciano, nascido e criado em Olinda-PE, que morou em favela no Rio de Janeiro, o resto
não importa.
Palavras-chave:
Performance; arte e política; contos de fadas; autobiografia
Um pouco sobre minha vida...
“Sempre quis ser artista, queria
ser músico, nunca tentei, tento ser ator, poeta e tenho um palhaço ex-jogador
de futebol acrobata. Costumava pagar as contas dando aula... fiz algumas
viagens pelo Brasil e América, trabalhando na rua... uma vida mais real, mais
divertida... espero ser feliz nessa escolha!”
Sou Licenciado em História pela
Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP - 2007.1); Pós-Graduado em Ensino
de História das Artes e Religiões na Universidade Federal Rural de Pernambuco
(UFRPE - 2008.1); Especialista em Estudos cinematográficos pela Universidade
Católica de Pernambuco (UNICAP - 2010.1); Mestre em Políticas Públicas em
Educação pelo programa de pós-graduação em Educação da Universidade Federal do
Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO - 2013.1);
formando em Bacharelado em Artes
Cênicas com Habilitação em Teoria do Teatro (UNIRIO - 2010.1).
Alguns Projetos artísticos:
- Sobre o Jornalzinho -
O jornalzinho “ANTES QUE O SOL
DESPONTE”, tem ligação com a filosofia de F. Nietzsche, inclusive o nome é
baseado num tópico da terceira parte do livro Assim falou Zaratustra.
“(...)Não falamos um com
o outro, porque sabemos coisas demais; silenciamos um com o outro, porque sabemos
coisas demais; silenciamos um com o outro, num mútuo sorriso nos lançamos a
nosso saber..(...)”
(Gonzalez, 2014, 10 anos depois de viver a vida de alguém...)
Qualquer pessoa interessada em publicar
suas ideias, textos, poesias, pensamentos, reflexões, frases, protestos,
dúvidas... ou simplesmente me chamar para fazer algo... enviar material para o
e-mail: lucaslealcultura@gmail.com ;
Whatsapp 021 982030203
COLABORE SENDO PARTE DO PROJETO!
[1] Começo por aqui, por concordar muito.
Sim, me sentia criminoso fazendo ilegalidades justificadas através do teatro. Papo
para apresentação ao vivo e não para o livro. Aqui, não vou escrever algumas
coisas que pretendo falar ao vivo ou no filme sem fim sobre uma banda que não existe.
[2] Sobre isso em outros lugares.
[3] Podem ver qualquer pessoa que fale
disso na internet.
[4] A partir do dia 10/01/2016 estaremos
divulgando o projeto e agendando as datas para o público em geral. Aos
ex-alunos dos dois colégios, só falar comigo e confirmar sua presença. Poderei
receber até 60 pessoas nesse dia. No restante da temporada, serão 15 pessoas
por apresentação, três vezes por dia, de quinta a domingo para maiores de 18
anos (com apresentação para público infantil aos domingos).