terça-feira, 6 de agosto de 2019

OiLucasTudoBeM


Oi Lucas? Tudo Bem?

Texto de 07_08_2019 e revisado 09/08




Saudades da Elite 2019... mãe da  Cabulosa



Olá Lucas Leal,

                Como vai por ai? Tudo Bem?

                Faz tempo que não falo comigo mesmo. Meu corpo está totalmente desordenado. Aos 33, mil atividades, está cada vez mais difícil conversar comigo. A cabeça é o tempo todo pensando em todos os prazos que tenho. E ai, tem dias, que faço tudo pela metade. Ou faço é nada. O que está acontecendo comigo? Os 27 loucuras, 28 calmaria, 29 volta das loucuras.... 30 decisões, bom demais. E vamos seguindo. 31 nem lembro mais, eu fui feliz ao máximo e cai lá de cima. Aos 32 idas e vindas. 33, retomadas, e quedas e retomadas. Será que vamos ter um ano perfeito? Não. A ditadura chegou. Estamos aqui calados e brigando apenas entre nós. Nunca briguei tanto, até comigo mesmo, como das eleições passadas até aqui.  O ideal seria fugir do facebook. Sair das redes sociais. Ai vim recorrer a você, meu querido e lindo blog. Pouco consigo dialogar de forma mais profunda hoje sem simplesmente tentar aceitar tudo que tenho, do jeito que tenho, como sou, e como estou. A vida é apenas isso ai. Ter mais calma, escutar mais. “O tempo não para”. Escancaro em mim, para mim, e para quem eu estiver com vontade, que não, não está nada bem. O Brasil está uma porcaria. A vida cada vez mais triste. As festas esvaziadas. Eu nem vou. Fico sabendo e nem vou. Há aqueles mega eventos e shows que funcionam e alientam. Sim, o capital gira. Para artistas da vida real, e artistas populares, tal como eu, parece que o tempo parou sim. Pior. Retrocedeu. Aqui, em reuniões recentes , escutei dos parceiros que não dá para se manifestar durante um show sobre política. Não vende. Vai dar alguma merda. Perde parceiros. E ganha outros (pensei eu, mas fiquei calado). Estamos calados diante de nós mesmos. Está todo mundo meio morto. Educar-se nesse país? Educar? Como  viver... é isso que pensa o povo agora. Eu sou cidadão. Povo? Povo não sou. Não faço porra nenhuma pelo Estado. Bem, é o que dizem as diretrizes ideológicas do povo de lá. Professor, artista de rua, pesquisador de políticas culturais... ai ai ai, não sou povo. Talvez nos limites dos meus privilégios, eu posso escrever isso aqui tranquilo. Foda-se se me matarem ou não também. E a vida vai seguir igual. Quantos morrem matados e outros somem? A vida é assim pra muita gente. A maioria das pessoas acordam sem saber se vão dormir. E dormem sem saber se vão acordar. Essa realidade eu sei que é, porque, nem com toda grana que o sujeito possa ter, estará livre de si. Então ele acorda com ele, nem sabe se vai se aguentar, e dorme sem saber se vai levantar novamente. A vida é assim. Cabe a cada um saber o que vai conseguir produzir nesse tempo, entre acordar e dormir novamente. Cada dia é  uma conquista para o cara que sai nas ruas cariocas, sendo um nordestino maluco. Podem sumir comigo. Penso eu. Talvez eu nem tenha tanto medo assim, pelo que vocês já sabem, fiz muita coisa. Para mim, foram muitas coisas. Foi duro chegar até aqui. Dores profundas. Anos de perspectivas que agora nem sei se valem alguma coisa. Estamos na "Era da pós verdade". Nada é real aqui. Nem eu sou real. Minto o tempo todo para mim, quando digo que queria mudar o mundo. Porra nenhuma. Se eu quisesse, eu estava indo fazer. Escrever uma merdinha de tese não é porra nenhuma. Sinceramente? Eu me sinto covarde.  Eu agora começo a entender o que é doutorado... 3 anos se passaram. E tenho apenas 1 para concluir tudo. Não dá tempo. Eu tenho vários gigabytes para ler. Lotei a caixa de e-mails da orientação, com o material recolhido para revisão bibliográfica e argumentação teórica. Nada disso tem valor. Sério, eu quero estar construindo intervenções. Parar tudo. Pegar essa gama de desempregados e colocar numa grande cidade a ser planejada por eles. O que daria isso? Será que ninguém enxerga a necessidade dos outros para si? E da sua necessidade para o outro... é um processo. Ninguém é perfeito. O mundo, a família, religião, escola.... daria milhares e milhares de páginas aqui. O que eu queria dizer nem lembro mais. Acalmei a mente. Tomei um café. Prestei atenção em alguma notícia entre Brasil e China. Ótimo. Vamos circular pelo mundo. Esse blog é para mim, para o nada, para quem estiver ai. Não há vínculos político-partidários, mas sou do lado certo da história. Uma das coisas que aprendi, nesses meses que seguiram as eleições de 2018... é que eu estou precisando refazer quem eu sou. Minha mãe falou que devo aceitar que mudei. Sou outra pessoa. Devo acreditar que vamos reverter essa bodega toda. Vamos mostrar nas escolas. Nas Universidades. Seja uma pesquisa, seja uma palestra... uma roda de calouros. Vamos mudar essa porra. Tirar esses caras loucos que assaltaram a liberdade, cercearam direitos, silenciaram os recém libertos, acorrentaram e afundaram “os condenados da terra”, de uma “república que não foi”. Ecoar por paz. Lutar. Morrer. Nunca matar. Jamais nos matarmos. Mande um beijo, dê um abraço. Divulgue uma vaga de emprego. Chame seu amigo para trabalhar. Compre na lojinha do parceiro. Ajude suas amigas das amarras do patriarcado. Vá na festinha dos "cumpadres". Contribua no chapéu do músico. Do palhaço. Leve uma maçã para seu professor. Segure a mão da sua professora. Reúna sua família. Peça 10 minutos. E grite. Sem parar. OU entregue seu coração. Fale suas dores. Quem se importa fica, quem odeia vaza.  Pensemos estratégias de amor. Agradeça e fale com quem você está devendo alguma desculpa. Mande sempre o melhor quando olhar para alguém que está completamente perdido, se é que tem alguém achado. Acha-se. Faça. Eu digo isso e fico preso na porra da tese. Seleções. Pagar as contas. Ver as datas. Viajar. Dormir. Comer. Lavar roupa. Escrever. Postar merda na net. Curtir qualquer coisa pra ver se a mente fica mais tranquila.  O mais divertido de viver... sinceramente? É ter coragem de analisar, antes de dar descarga, como está o seu coco. Isso mesmo. O que você come você caga meu amigo, minha amiga. Cuidemos, cada qual, da origem das suas fezes. Até porque, o C#, é a única coisa que todos temos e fazemos as mesmas coisas mínimas. Cagar. Não disse que fazemos todas as coisas (cada qual com seus usos e desusos / cada um cuida do seu). Porém, a sociedade é múltipla. Estamos, nós, do lado de cá, cada qual em sua condição social/cultural/individual, com o C# na mão. Quem está do lado certo da história estará preocupado com vários. Quem está do lado errado, está rindo, mas sofre igual. "Certo e errado meu C#", caro nobre professor Lucas Leal.  Não há certo e errado revelou o relativismo histórico. Então é isso, foda-se. Encerrando o texto... estou tentando reerguer a mim mesmo, um outro ser, que não consegue esquecer quem já foi, mas não quer mais ser, aquilo que queriam. Complexo. E simples. Vou seguir o conselho...  “deixar ser”...


Bjocas
Lucas Leal

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