quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Sobre a vida, choros e sorriso! (06_08_2020)



Sobre a vida, choros e sorriso! (06_08_2020)

 

Foto por vídeo chamada: https://www.instagram.com/s_santoian/


Condenado a ser quem sou, e longe de conseguir abandonar-me, sou apenas aquilo que consigo ser.

Já tentei ser quem não sou, e reinventar-me. Falhei.

Noutra oportunidade que me dei, tentei ser eu, e também não consegui. Falhei.

Perdido então na estrada de mim mesmo, em alguma esquina, deixei-me ir. Não fui nem eu, nem quem eu poderia conseguir ser. Simplesmente não fui. Nem sou. Perdido em mim mesmo.

Soluçando estratégias e teorias sobre o que deve ou não deve, acabei não sendo, nem tentando ser. Nem sou, nem fui.

Em alguns momentos é como se eu não tivesse feito parte de mim mesmo, nem da minha própria história, e ao mesmo tempo fazia questão de ser e dizer quem sou. Justificava-me o tempo todo. Buscava respostas profunda em relações vazias.

A melhor família que tive foram amigos e parceiros de trabalho que não nunca me compreendiam. Como conseguiriam, se nem eu consigo explicar-me? E continuei seguindo nessa estrada de idas e vindas, viagens e outras teorias sobre o que é e o que não é.

Enquanto traço planos, deixo de fazer o agora. Enquanto faço o agora, deixo de pensar como cheguei ali. E quando penso como cheguei ali, esqueço para onde vou. Perdido entre a esquina que não sei qual é e o caminho que gostaria de seguir, fui sendo apenas o que poderia.

Nada pior do que ser qualquer coisa menos você mesmo, ainda que acreditando que isso sou eu. Sempre fui aquilo que era possível. E talvez todes façam isso com sua vida.

Num mundo onde o agora já é tarde, porque ele é instantâneo (significado do instagram), reinventei um artista que nunca fui. Um grande ator reconhecido pela minha arte. E se nunca fui isso, como poderia dizer que sou? E descobri que poderia dizer qualquer coisa que pouco importa, cada um vai achar o que quiser sobre qualquer coisa e eu pouco importo nessa história da vida. A humanidade é aquilo que é e o Lucas é aquilo que não conseguiu ser, ele mesmo.

Um dia desses eu pensei que podia ser feliz e compartilhar tudo com uma única pessoa. E fazia tempo que eu não compartilhava nada profundo com ninguém, nem comigo mesmo. Atropelado pela tese, projetos, trabalhos e sonhos, eu nunca tinha tempo para falar com ninguém.

Amigos e amigas.... eu peço perdão por isso.

Uns amigos sinto mais falta do que outros e alguns talvez nem lembrem mais de mim, e é para isso que estamos aqui. Ser e não ser. Entre mortos e feridos, cá estou.

São 34 anos de histórias e fragmentos de uma vida compartilhada ao vivo e online. Aqui na internet sou tudo aquilo que queria ser e tenho tempo de concluir pensamentos, ideias e sonhos.

Mas, isso é real?

Quem está ao seu lado quando você quer apenas sorrir?

Quantas pessoas estão ao meu lado quando preciso chorar?

E vou seguindo nessa estrada da vida, entre eu e eu mesmo, ainda não consigo ser quem gostaria e não consigo ser quem poderia. Ainda assim, acredito que hoje sou “minha melhor versão”. E não sou uma boa versão, ou a melhor. Sou aquela que consegui ser.

Atropelado por mim mesmo, só consigo lembrar de tudo que sonhei, escrevi e vivi... tudo que falei e pensei... e os outros?

Quando vou pensar nos outros?

O tempo todo penso nos outros.

E os outros são também alguma coisa que conseguem ser naquele “instantâneo” e amanhã ou hoje mesmo, podem não ser mais. E isso é a vida?

Isso é a ida...

A vida são fragmentos de momentos... de coisas que poderiam ser diferentes e foram daquela forma.

E 2020, o ano que não aconteceu, é o ano que muita coisa aconteceu. O que vou fazer depois? E agora? E você? E nós?

Viver... e viver...

 

Hoje é 06 de agosto, o dia do profissional da educação, a única coisa que salvou-me e que me mantêm vivo. Educar-me educando... <3

 

Lucas Leal

 
















Ensaio completo por vídeo chamada:

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