quinta-feira, 23 de abril de 2015

Atividades de pesquisa ação na FFP-UERJ 2014.1

Como hoje é sexta SIM, vou continuar divulgando um pouco das atividades da FFP-UERJ como prometido.




As duas turmas de arte e educação (eletiva) que tive o prazer de (des)educar em 2014.1, arrisco dizer, têm em sua memória particular-existencial “antes de Lucas Leal” e “depois de Lucas Leal” (uma clara paródia sobre as teorias filosóficas que se enquadram como “pré-socrática e pós-socrática”).
Partindo da minha inusitada forma de trabalhar arte, a turma da tarde criou o cine-teatro (In)Formados e ffpdidos: O conselho de classe.

Links de duas versões de vídeos:

A ideia deles era questionar um pouco sobre as disparidades entre teoria e prática que acabaram percebendo dentro da sua formação na FFP-UERJ. Questionando também de forma bem interessante a postura de educadores nos conselhos de classes, cada aluno que se interessou em ser um personagem, criou um “tipo de professor”; e, relendo o “alto da compadecida” de Ariano Suassuna, surgiram também a figura do “Diabo” e do “Anjo”. Foi bem divertido e prazeroso perceber os questionamentos políticos que apareciam a partir da intervenção lúdica e artística criada coletivamente.  


A turma da noite criou o “CHOCA FFP: É HORA DE MORFAR” (Alusão aos Power Rangers). Com intuito de discutir a não-autorização da arte grafitti dentro da FFP-UERJ, os alunos fizeram oficina de Stencil e compreenderam a diferença para pichação, preparando seu próprio material. Eles elaboraram intervenção (com a devida autorização conseguida por um pedido institucional meu frente ao departamento de educação e devidamente encaminhada e autorizada pela direção da Unidade).

Por conta do tema, fizeram um convite particular, pois alguns conheciam minha performance com fogo e com doação de cabelo ao público. Aceitei o desafio, de também atuar como perforMAN em uma atividade em que era o docente responsável. O que causou certo conflito com a direção da unidade a partir de um estranhamento dos guardas patrimoniais, quando me viram “atear gasolina no próprio corpo”.

Havia solicitado uso do espaço da quadra para devida performance, colocando meus dados de ator/diretor (SATED-RJ) em uma carta de próprio punho eximindo a instituição de qualquer dando ou consequência da intervenção.

Mas, por motivos de logística, escolhi fazer próximo da Xerox, um andar acima da quadra, isolando devidamente o espaço. Fui interrompido durante a cena do cabelo, pelo vice-diretor da unidade, perguntando “o que estava acontecendo ali”. E respondi olhando em seus olhos “Estou trabalhando meu amigo”.

Ele solicitou minha presença “ao terminar”, mas, para mim, aquilo foi quase “um fim”. De fato “choquei a ffp”? Creio que sim... Os grafittis também chocaram, e o diretor citou “um peru enorme” como descontentamento estético particular para uma imagem obra de algum aluno (que desenhou um pênis grande em Stencil nos tapumes fornecidos pela direção). Então o questionei sobre “censura” e que se a unidade tinha algum problema com alguma imagem deveria ter comunicado quando solicitei autorização da atividade. Ele entendeu meus motivos e repensou o que havia acabado de falar... mas o problema de ter feito em outro local a performance com fogo não foi tão bem visto, nem por eles da direção, nem por alguns do departamento que fazia parte.

Eu só posso pedir desculpas, mas como performan, naquele momento, achei pertinente fazer a intervenção onde estava acontecendo o evento (a quadra ficava um pouco distante).

Outro aspecto que “deu problema” foi que alguns alunos fizeram stencil na pilastra da instituição, e o acordado era fazer somente nos tapumes. A direção da unidade cogitou (me coagindo) que eu pagasse os custos para retirada do material da pilastra (um total de 240 reais) e tomaram a decisão de censurar os tapumes (que deveriam ser retirados na semana seguinte do evento).

Eu cogitei pagar; depois chamei os alunos para me ajudar a retirar; alguns falaram que iriam por mim, mas que não achavam justo; e acabamos deixando por isso e informei a unidade que não era guarda patrimonial, que os mesmos, durante minha cena com fogo foi relatar o que estava acontecendo na direção, deviam ter fiscalizado melhor (pois é parte do seu trabalho) e relatado no momento os envolvidos (pois eu mesmo até hoje não sei quem foi e não vi na hora).

Também peço desculpas pelo ocorrido, mas, fiquei muito ofendido com a interrupção da minha cena com o cabelo (estava raspando a cabeça na hora) pelo vice-diretor (que é professor de Biologia Genética) indagando o que estava acontecendo. Como assim? Eu nunca invadi um laboratório de biologia genética para saber o que estava acontecendo. Mas, em uma performance artística ele se sentiu no direito de fazer isso? Que ideia foi essa? O mesmo se desculpou... mas eu não senti verdade, pois quando exigi retratação pública, fui ignorado.  Pois bem... entenderam porque Choquei a FFP? Também fiquei chocado com tudo isso... me senti perseguido na Unidade e de fato fui... como vou relatar na próxima postagem sobre 2014.2.

              A junção das duas ideias, mais as duas turmas de sociologia da educação, deu surgimento ao “Cine-Sarau: Ar-Te: Um dia... “ Com Tema: “Dos círculos de cultura a animação cultural” – sob minha Coordenação Acadêmica na Data: 07/08/2014 – Horário: 9h as 22h no Local: Ffp-Uerj.


As ideias desse semestre me fez escrever um artigo que publiquei no II Seminário Internacional de Cinema e Educação: Dentro e Fora da Lei que foi realizado na cidade de Porto Alegre (RS) nas datas de 17 e 18 de outubro de 2014. o trabalho recebeu título  de Animação cultural e formação de professores: Continuação de relato. O evento, que integra as ações do Programa de Alfabetização Audiovisual, foi promovido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul em parceria com as Secretarias Municipais da Cultura e da Educação de Porto Alegre.

Abaixo artigo (link para o livro digital sairá ainda, de acordo com informações recebidas essa semana pelos organizadores do evento).


ANIMAÇÃO CULTURAL E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: CONTINUAÇÃO DE RELATO[1]
Lucas Leal[2]


Este trabalho busca apresentar caminhos para formação pedagógica através de políticas públicas de educação, cultura e arte, a partir da animação cultural. Utilizaremos como base pesquisa-ação iniciada março de 2013 na Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FFp-UERJ). O projeto foi pensado para disciplina Educação, artes e Ludicidade (exclusiva para pedagogia) e acabou sendo integrado com outras disciplinas, como Sociologia da Educação (Licenciaturas); Sociologia e Educação I (Pedagogia); arte e educação (Eletiva/Licenciaturas). A temática central escolhida foi: Animação Cultural: Conceitos e ação. Concepções dos Estudos Culturais Contemporâneos possibilitam compreensão da necessidade de  formação de cidadãos atuantes, conscientes e participativos, exigindo capacitação continuada dos educandos em relação à leitura e interpretação da cultura visual que os cercam. Trata-se de discutir concepção estética artística hoje, não somente construída em espaços eruditos. Assim, todos podem e devem produzir/consumir/elaborar atividades artísticas. Como objetivo geral quer-se construir rede de animadores culturais a partir da filosofia dos “Círculos de Cultura”, compreendendo conceitos filosóficos do educador Paulo Freire, onde a práxis autêntica surge no processo pedagógico dialógico e consequentemente dialético. No artigo iremos relatar o último evento Cine-Sarau Ar-te: Um dia, ocorrido em 07/08/2014, onde além de elaboração de um filme/teatro pela Turma de Arte e educação (T1), tivemos pintura com stencil e performances musicais. A formação teórica/artística com intuito de experienciação em cinema pelos futuros educadores contribuiu para reflexão sobre a recente Lei 13.006 de 26 de junho de 2014 (obrigatoriedade da exibição de filmes nacionais nas escolas de Educação Básica como componente curricular complementar). 

Palavras-chave:  Animação cultural; Cinema; Políticas Públicas; Pesquisa-ação.


RESULTADOS E DISCUSSÕES
            Este trabalho busca apresentar caminhos para formação pedagógica através de políticas públicas de educação, cultura e arte, a partir da animação cultural. Utilizaremos como base pesquisa-ação iniciada março de 2013 na Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FFp-UERJ).
            Com base no ensino presencial da animação cultural, desenvolvemos atividade coletiva no intuito de experienciar a teoria na prática[3]. Dificuldades de tempo; horário e interesse serão abordados no intuito de repensar questões que surgiram após realização da pesquisa-ação.
            O projeto foi pensado para disciplina Educação, artes e Ludicidade (exclusiva para pedagogia) e acabou sendo integrado com outras disciplinas, como Sociologia da Educação (Licenciaturas); Sociologia e Educação I (Pedagogia); arte e educação (Eletiva/Licenciaturas). A temática central escolhida foi: Animação Cultural: Conceitos e ação.           
            Apresentam-se questões  encontradas:
1- Como superar o mutismo social em uma sociedade que vive resquícios de sua Inexperiência democrática?
 2- Como discutir acesso a cultura e arte eruditas com intuito de reinterpretar os mercados de bens simbólicos, elaborando visão de cultura popular em espaço universitário?

            Destaca-se uma característica do contexto específico da atividade e a relação institucional:
1- Pouco contato artístico por parte dos discentes e ausência de locais próprios para isto no entorno e na própria instituição de ensino, consequentemente, discutir arte/política foi uma “novidade” no geral.

            Como criar algo se não conheço nada sobre? Por que falar nas aulas e participar se posso ficar calado, chegar atrasado, não ler, e continuar assim minha “formação profissional”? E o dia-a-dia, trabalhos, e outras atividades, inclusive acadêmicas? Como fazer desenvolver nos alunos o gosto pela cultura, pela arte, pela participação política e transformação social através da educação? Como utilizar recursos culturais não como recurso econômico, mas como possibilidade crítica?
            Concepções dos Estudos Culturais Contemporâneos possibilitam compreensão da necessidade de formação de cidadãos atuantes, conscientes e participativos, exigindo capacitação continuada dos educandos em relação à leitura e interpretação da cultura visual que os cercam.       
            A partir deste evento e do artigo em questão, concretiza-se passagem de etapa na pesquisa[4], onde os primeiros passos em 2013.1 com inserção de atividade com Educação em Direitos Humanos (EDH) e cineclubismo virtual; 2013.2 com atividade de criação virtual; e 2014.1 com desenvolvimento de atividade presencial com auxílio para divulgação em meio virtual[5]. Um desafio para 2015 será desenvolver a re-edição, re-pensando as questões do que foi desenvolvido, relembrando a mesma durante o processo e propondo novas questões.
           A intervenção contínua e a re-elaboração do evento corroboram com questões artísticas do teatro, cinema e performance, onde o artista re-faz, ou re-apresenta suas ações, intervenções, ou obra artística no mesmo espaço ou em outro. O cinema e o teatro são tradicionais nisso. Hoje há a re-performance. E aqui a ideia é pensar no re-evento. A expectativa é estar dando continuidade para as ações de animação cultural, mesmo que mudando o grupo  a desenvolver as ações. O que não impede de convidar novamente os membros das ações de animação cultural anteriores.
          Trata-se de discutir concepção estética artística hoje, não somente construída em espaços eruditos. Assim, todos podem e devem produzir/consumir/elaborar atividades artísticas. Como objetivo geral quer-se construir rede de animadores culturais a partir da filosofia dos “Círculos de Cultura”, compreendendo conceitos filosóficos do educador Paulo Freire, onde a práxis autêntica surge no processo pedagógico dialógico e consequentemente dialético.
           A princípio penso no evento primordialmente pelo viés artístico, entretanto, ao se trabalhar questões de arte e política, utilizamos questões sociológicas, com forte presença de questionamentos sociais, mesmo que explorando ainda questões subjetivas da psique dos envolvidos. Um elemento que interliga essas questões são os contos de fadas e as fantasias, que despertam interesse para um mundo (real) imaginado.
            O limite entre realidade e ficção, expressão subjetiva e questionamento social são de ordem ainda mais complexas, quando diz respeito a atividade acadêmica. O que retorna a questão de inexperiência democrática. Os alunos não estão acostumados a criarem algo próprio, tampouco optar pelo não-criar, que também é uma postura política.
            Há, em determinados momentos, a vontade de separar em grupos, os que querem, os que não querem, e aqueles que estão em dúvida. O que levaria sempre o evento a ficar no Plano de idealização pelo tempo-espaço (em 2014.1 as disciplinas eram de 30h ou 2 créditos). Ou seja, não teria intuito de realizá-lo. Elaborei proposta de oficina de animação cultural para o Encontro Nacional dos Estudantes de Pedagogia, pensando justamente na ideia de idealizar um projeto de animação cultural[6].
            Este artigo, integrado a uma pesquisa-ação na formação de professores, tem ainda o intuito de relatar o último evento Cine-Sarau Ar-te: Um dia, ocorrido em 07/08/2014, onde além de elaboração de um filme/teatro pela Turma de Arte e educação (T1), tivemos pintura com stencil e performances musicais.  Abaixo programa da disciplina Arte e Educação.
          Na disciplina trabalhou-se proposta teórico-metodológica apresentada durante a prova para professor substituto da FFP-Uerj:  1- Campo teórico e metodológico; 2- Historicidade dos conceitos e o do tema escolhido; 3- Objetivo das escolhas para formação de professores.
Dentro da formação de professores, discuto conceitos a partir da pedagogia histórico-crítica (Saviani, 2008); adotando outras duas perspectivas, dos “círculos de cultura” (Paulo Freire, década de 1960) até a “animação cultural” (Buarque de Hollanda, 2004; Melo 2002,2004,2006).
        Estes conceitos se associam com a perspectiva de Reinventar a Escola (Candau, 2004), atualizando conceitos da cultura na educação como caminho para formação crítica dos professores/educandos (discentes da referida Instituição).
          O tema escolhido, para elaboração da pesquisa-ação é, portanto, didática e metodologia de ensino e aprendizagem, com acepção historiográfica para disciplina de artes e educação[7]. Parti da concepção que o futuro educador deve apreender novas perspectivas filosóficas sobre formas de ensino, compreendendo transformações sobre cultura (e arte) na educação.
            A escolha de tratar sobre cultura na educação na disciplina citada é com intuito de apresentar principalmente a importância de perceber aspectos de técnicas e tecnologias e a sua utilização na educação (Vieira Pinto, 2005, Vol. I). Isto porque, segundo Rosa Maria Fischer (2007) as “novas tecnologias” também são uma nova forma de opressão, e o educador precisa estar em sintonia com as mudanças tecnológicas.
         Neste sentido, o professor interessado nessas transformações (históricas) das ferramentas educacionais, deve estar atento que os jovens e as crianças cada vez mais se apropriam da tecnologia no seu cotidiano. Por isso, justifica-se um novo planejamento histórico e filosófico (como dito antes) para formação crítica desse sujeito futuro educador.
Tendo em vista essas questões, em cumprimento ao artigo 214 da Constituição nacional de 1988, o novo PNE (Plano nacional de Educação 2011-2020) indica na meta 06 para implantação de 50% das escolas públicas em tempo integral, com tempo igual ou superior a 7h de permanência do aluno na escola ou em atividades da escola. Para isso propõe estratégias, entre elas, atividades extras em espaços comunitários públicos (museus, teatros, centros culturais...).
Portanto, minha proposta de plano de aula é um objetivo maior, pensando realmente em uma “Reinvenção da escola”, preparando o professor para essas mudanças de postura em relação ao ensinar. Além de que, a formação teórica/artística com intuito de experienciação em cinema pelos futuros educadores contribuiu para reflexão sobre a recente Lei 13.006 de 26 de junho de 2014 (obrigatoriedade da exibição de filmes nacionais nas escolas de Educação Básica como componente curricular complementar). 
Adotando, consequentemente uma metodologia histórico-crítica sobre os “círculos de cultura” até a “animação cultural”, tentei inserir os futuros professores com novas perspectivas para o ensino e aprendizagem. Para além da escola e seus conteúdos obrigatórios, pensou-se novos espaços educacionais que dialogasse com a arte e proporcionasse momentos de lazer durante esse processo de formação dos educandos.
E com essa proposta, penso estar preparando profissionais com base nos Estudos Culturais Contemporâneos, para que eles tenham autonomia e iniciativa para pensar a arte a partir das experiências de vida de cada sujeito; compreendidos dentro de determinado contexto histórico-social; com especificidades e necessidades específicas.
Para desenvolver o trabalho selecionou-se o caminho acadêmico relatado no artigo, pela percepção teórico-prática da importância de se repensar currículos escolares (MOREIRA (ORG), 1999) com base nos Estudos Culturais, que compreendem concepções também dos estudos de lazer (Melo, 2004). Por fim, a atividade artística desenvolvida com base em estudos cinematográficos compreendeu todas as outras artes: música, cênica, plástica e literária. 
Salientaram-se em sala, durante formação teórica, duas propostas para os grupos: a) Reinventar/repensar a escola, a educação e a arte; b) Pesquisar uma educação para além da escola. Como atividades as turmas de Arte e Educação organizaram um CINE-SARAU que incluía: Definir data; horário; local (na própria instituição).; Conseguir autorizações (criar comissão); Viabilizar evento (atividade de envolvimento coletivo); Entrega de relatório no dia do Cine-Sarau sobre a participação individual na atividade e autonota entre 5 e 10.
            Após discussões sobre sociedade, cultura, arte, política... surgiram as inquietações e insatisfações dos discentes: A própria Instituição de ensino. E pressupondo minha paradoxal posição de mediador cultural institucionalizado, e facilitador das questões que surgiam, ao propor atividade criativa, crítica, com base “nos círculos de cultura a animação cultural”, proporcionei espaço para questionamentos sobre o contexto em que eles estão inseridos.
            O estudo seguiu base teórica/filosófica a partir de Paulo Freire e chegando em  Vitor Melo de Andrade, onde percebemos ao longo do semestre que o diálogo seria necessário e fundamental para concretização da atividade coletiva.   Abaixo programação final do evento:
♡♡ Sinopse: Imagine um dia inteiro de conversas, poesias, filmes e diversão. Vamos ter café da manhã, uma tarde inteira com filmes e brincadeiras, além de música, poesia, contação de história, intervenções e banquete de encerramento. A proposta é integrar os alunos da Ffp-Uerj em um evento artístico-cultural co-produzido coletivamente com alunos de Sociologia da Educação e Arte e educação.

♡♡Programação:
9:00 as 12h - Café da manhã Sociológico - #PARTICIPE 
12h as 14h – Almoço coletivo
14h as 19:30min – Cine-Sarau  - #exibiçãodefilmes + Palco aberto + Performances + Microfone Poético + Isopozinho + Sanduba Rasta + https://www.facebook.com/SaulomBRA + o que vier 
14:00 – 14:40 – Filme/teatro com alunos de Arte e Educação (T1)
“(In)Forfmados e Ffpdidos: O Conselho de classe” 
14:40 - 15:00 - Poesias 
15:00 – 16h - Música e brincadeiras
16h as 18h – Instalação Móvel no Hall do Auditório – #COLABORE
18h as 18h e 30min – Contação de História com Simone André
18h:30 as 19 e 30min – Intervenção: Pintura de Stencil com alunos de Arte e Educação (T2) “Choca Ffp: É hora de mofar” 
+ Performance de fogo com Lucas Leal (CONFIRMADA AUTORIZAÇÃO)
19 e 30min as 22h – Banquete Sociológico 
♡♡♡♡♡♡LEMBRANDO DE LEVAR MATERIAL ESCOLAR PARA DOAÇÃO♡♡♡♡♡♡♡ #EVENTOGRATUITO
#PROGRAMAÇÃOCOLETIVA

CONSIDERAÇÕES
            O maior desafio de trabalhar com animação cultural agora é perceber que nem todos são animados, e além, nem todos tem interesse por cultura e arte como manifestação educacional. Interessante compreender, mesmo através do que consideramos cultura(s) no seu amplo sentido, a maioria das pessoas estão muito aprisionadas as suas rotinas e se torna algo penoso a construção coletiva.
            Outro fato que destaco no artigo é a relação da animação cultural na formação de professores, onde muitos já estão inseridos no mercado de trabalho e/ou não pretendem ser professores. Assim, fica ainda mais complexo “animar” quem “não quer se animar”.
            Algo surpreendente, no entanto, foi a condução dos conceitos, com vista na prática ou não.  Ou seja, sempre deixei claro em sala de aula que não deveria ser algo impositivo, e que não me importava com a concretude do evento (mesmo desejando isso). Então, ao solicitar relatório sobre a participação deles na elaboração/produção juntamente com comentários sobre a didática do curso arte e educação (Disciplina eletiva para todas as licenciaturas), estava ainda pensando nos dados fornecidos.
            É muito mais interessante para mim hoje, perceber sobre o processo do que sobre a realização, até porque, eu não achava que o evento aconteceria.  E, por fim, creio que aconteceu porque eu quis. Abri o evento pela FanPange no meu projeto na Unirio, que já funciona desde 2011, convidei todos do meu facebook, fiz a imagem (que era obrigação deles) usando minimamente a imagem elaborada por eles em Power Point.
           Ao escrever sinopse, juntar as duas turmas de artes e convocar também as turmas de sociologia da educação, consegui criar um vínculo maior entre eles e o evento. E todos dependente de mim. Não teve muita proatividade, mas quem quis meter a mão-na-massa fez sem muita objeção. Tentei respeitar ao máximo as propostas e as vontades. Acredito que por ter meu próprio projeto de arte “bem sucedido” eu já não fique mais preocupado com detalhes.
         Claro que meu projeto poderia ter evoluído mais. Como o próprio trabalho na Ffp-Uerj também. Acredito que isso só seria possível com atuação efetiva no quadro de educadores da instituição. O caráter provisório da atuação pedagógica é algo que de ambas partes, discentes e docentes, não faz o projeto “decolar”. Necessitaria de bolsistas e recursos. Mas isso foge um pouco do que penso também, que é a própria sustentabilidade de projetos de cultura e arte “periférica”.
      Esclarece-se, pelo vínculo institucional do docente só permitir atividades “de ensino em graduação”, o projeto não ter agência financiadora, e por isso as atividade são em horário das disciplinas e não como em atividades de extensão universitária, por exemplo, com variações de local e horário. Salienta-se, que por tal questão, o projeto acontece como atividade proposta dentro do programa, das disciplinas ministradas na Instituição. São, portanto, metodologias, com base na “pesquisa-ação”, como também, na perspectiva do professor-pesquisador. O artigo, assim, é uma reflexão que quer expor pontos e contrapontos de uma atividade docente-discentes. 


REFERÊNCIAS

ASSMANN, H. . A metamorfose do aprender na sociedade da informação. Ci. Inf., Brasília, v. 29, n. 2, p. 7-15, maio/ago. 2000.
CANCLINI, N. G. . Culturas Híbridas. São Paulo: Edusp, 2003.
________. Leitores, espectadores e internauta. São Paulo:Iluminuras, 2008.
CANDAU, V. (org.). Reinventar a escola. Petrópolis: Vozes, 2000a.
________. Ensinar e aprender: Sujeitos, saberes e pesquisa. Rio de Janeiro: DP&A, 2000b. 
________. Diferenças culturais, interculturalidade e educação em direitos humanos. Revista Educação e Sociedade, vol.33, jan-mar 2012.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis:
Vozes, 1998.
CURY, Carlos Roberto Jamil. Direito à Educação: direito à igualdade, direito
à diferença. In: cadernos de pesquisa. n. 116, p. 252-262, julh 2002.
FISCHER, Rosa Maria Bueno. Mídia, máquinas de imagens e práticas
pedagógicas. Revista Brasileira de Educação, vol 12, nº 35, p.290-299, 2007.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da Liberdade. RJ: Paz e Terra, 2005b.
_______. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005c.
HOLLANDA, H. H. O. B. . A contribuição dos Estudos Culturais para pensar a Animação Cultural. Licere, BH, v.7, n.1, p.101-112, 2004a.
_______. (org.). Cultura e Desenvolvimento. RJ: Aeroplano, 2004b.
JORDÃO, R. S. . A pesquisa-ação na formação inicial de professores: elementos para a reflexão. In: Anped, Caxambu, 2004.
MELO, Victor. A. de.  A cidade, o cidadão, o lazer e a animação cultural. Licere, Belo Horizonte, v.7, n.1, p.82-92, 2004.
________. A animação cultural: conceitos e propostas. Campinas, SP: Papirus, 2006.
PINTO, Álvaro V..O conceito de tecnologia. RJ: Contraponto, 2005. v. I e II.
SAVIANI, D.. Pedagogia Histórico-crítica: primeiras aproximações. 10ª ed. Campinas: Autores Associados, 2008.
YÚDICE, G. . A Conveniência da Cultura. Usos da Cultura na Era Global. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2004.








[1] A pesquisa não recebe financiamento pelo vínculo institucional do docente só permitir atividades “de ensino em graduação”.
[2] Historiador e ator, mestre em políticas públicas em Educação. Contato: lealffpuerjlucas@hotmail.com
[3] Sobre o Cine-Sarau Ar-te: Um dia (2014.1), ocorrido em 07/08/2014 na Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Ffp-Uerj) em São Gonçalo.
[4] 2014.2 As atividades de artes serão com animação cultural e cineclubismo virtual elaborado pela própria turma; e com outra turma estou trabalhando o corpo na educação escolar através do teatro. justifica-se  pois já estiveram 2013.2 atividades com internet e cinema, e 2014.1 trabalham desenho  com outro docente, por isso optei por teatro.
[5] Abriu-se evento no facebook e convidamos o máximo possível de pessoas para participar.
[6][6] Também fiz isso na primeira turma de artes em 2013.1. Em setembro não pude ir para Pernambuco onde aconteceu o encontro por falta de tempo hábil para conseguir financiamento de passagem.
[7] Salienta-se que o evento ocorreu também integrando turmas de sociologia da educação, entretanto, foi todo elaborado coletivamente pelas duas turmas de arte e educação (disciplina eletiva para licenciaturas).

sexta-feira, 10 de abril de 2015

TRABALHO NA FFP-UERJ (2013.1/2014.2)



TRABALHO NA FFP-UERJ (2013.1/2014.2)
(Três Blocos)
Série de atividades de animação cultural com base em construção coletiva
Primeiro bloco Explicando os DOIS SEMESTRES DE pesquisas/tentativas + introduzindo sobre os outros dois semestres
Foto do último dia de aula com parte da turma 2013.1



            Seguindo a trilha de tijolos amarelos em 2015, vou retornar em um passado recente, que foi gostoso, tenso, duvidoso, confuso, mas, hoje, sinto saudades. Em 2013.1 defendi o mestrado e no mês seguinte passei para professor substituto na FFP-UERJ. Por lá fiquei até janeiro deste ano. E foi muito interessante tentar implantar meu trabalho artístico/colaborativo com base na animação cultural, discutindo arte & política no contexto dos contos de fadas.
            Como era um recém mestre, cheguei com todo gás, vontade, com certa sede ao pote. Talvez tenha sido isso que fez com que o trabalho do primeiro ano não fosse tão prazeroso como eu idealizei. Mas, como acredito sempre no ser mais, continuei insistindo, e não baixei a guarda, muito menos meu ritmo de ensino/pesquisa/extensão, mesmo recebendo somente como graduado, ou seja, nem meu título de mestre era levado em conta na hora do pagamento, quem dirá meu trabalho de pesquisa e extensão.
            Tentando integrar artes e sociologia (pois eram as disciplinas que lecionava), montei um esquema de pesquisa-ação com base na proposta de ensino, ou plano de ação, que fiz durante a prova para professor substituto. Por conta da complexidade dos termos, resolvi que vou publicar aqui em três blocos. Esse introdutório, com base no primeiro ano (2013.1 e 2013.2), na semana de 24/04 publicarei (2014.1) e 08/05 (que vai sair o resultado do novo professor efetivo de artes da FFP, e tomara que seja eu,  publicarei 2014.2).
            É inviável publicar os artigos completos, vou colocar aqui a introdução, um pouco da proposta lançada aos alunos, e as considerações da atividade. Quem se interessar em ler os artigos pode solicitar por email ou buscar na internet nos anais dos eventos que acha facilmente. A introdução por vezes repetem partes, pois se trata de uma única pesquisa apresentada em partes e em eventos distintos, por isso, é sempre necessário introduzir o tema. Espero que curtam...


Publicação sobre 2013.1 e 2013.2

ANIMAÇÃO CULTURAL VIRTUAL E FORMAÇÃO DE PROFESSSORES: RELATO INICIAL DE UMA PESQUISA-AÇÃO NA FFP-UERJ[1]
Autor: Lucas Leal[2]

INTRODUÇÃO/JUSTIFICATIVA
            Este artigo tem como objetivo informar a comunidade acadêmica o início de uma pesquisa de caráter metodológico teórico-prático para formação de professores. O trabalho começou a ser desenvolvido a partir dos resultados de uma primeira pesquisa, efetuada durante o mestrado no programa de pós-graduação em Educação na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (2011 - 2013).
            Cumprindo essa parte de formação como mestre/pesquisador em educação, busca-se agora desenvolver nova etapa de pesquisa. Tenta-se associar neste artigo o projeto já em andamento de uma pesquisa-ação (JORDÃO, 2004) com graduandos da disciplina “Sociologia da educação” na Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FFF-UERJ).
 A ideia é estabelecer diálogos com base sociológica sobre as temáticas sociais que surgirem como “temas geradores” (FREIRE 2005c) pelo E-Cine Clube Virtual que faz parte do projeto de Extensão Universidade das Quebradas (UQ) da UFRJ. Projeto que busca, desde 2010, construir uma rede de “animadores culturais” adotando o princípio de indissociabilidade proposto pelo Plano Nacional de Extensão Universitária. As atividades de ensino/pesquisa/extensão são desenvolvidas para/com gestores de cultura e arte que atuam ou são oriundos de comunidades populares do Estado do Rio de Janeiro.
O projeto adota também outros princípios, como: Impacto e transformação (social); Interação dialógica e a Interdisciplinaridade.  Pensando nas características político-sociais do projeto em questão, tentamos inserir futuros professores nessa rede de “animadores culturais” através do cineclubismo virtual, compreendido também dentro de uma perspectiva do cinema como educação e lazer.
            Na disciplina “Sociologia da Educação”[3], iniciada em abril de 2013, buscou-se contemplar proposta teórico-metodológica desenvolvida durante a prova para professor substituto da FFP-UERJ, a saber: Campo teórico e metodológico; Historicidade dos conceitos e o do tema escolhido; Objetivo das escolhas para formação de professores.
            Dentro da formação de professores escolheu-se tratar dos conceitos a partir da pedagogia histórico-crítica (Saviani, 2008), pressupondo a historicidade dos termos levantados. Na disciplina em questão, também foi lançada a proposta de compreender questões da Educação em Direitos Humanos (EDH).
            Estes conceitos se associam com a perspectiva de Reinventar a Escola (Candau, 2000a), atualizando conceitos da cultura na educação como caminho para formação crítica dos futuros professores através da interculturalidade (IDEM, 2012). Estende-se, no entanto, o conceito para outra perspectiva que surgiu na pesquisa de mestrado, reiventando a escola a partir da Extensão Universitária. Ou seja, “Repensar a Universidade” e a importância da relação dialógica para formação de sujeitos autônomos.
            O tema escolhido para atuação docente foi didática e metodologia de ensino e aprendizagem, com acepção historiográfica. Parte-se da expectativa que o futuro educador pode apreender novas perspectivas filosóficas sobre formas de ensino, compreendendo as transformações nas pesquisas educacionais.
            Decidiu-se, no programa da disciplina, partir da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) pela representação que o documento assume. Busca-se com isso inserir debates sociológicos sobre o funcionamento das Instituições escolares, e da educação, percebendo possibilidades educacionais que se estabelecem nos conceitos propriamente sociológicos.
Trata-se de (re)pensar a sociologia (da educação) a partir da EDH para compreender a formação dos educadores. Estes devem ser “conscientizados” e por isso “politizados”, enquanto sujeitos únicos, autônomos, de direitos e deves, que atuam em uma sociedade intercultural como se refere Candau (2012, p.5):
(...) de um âmbito restrito, a educação escolar indígena, a educação intercultural é concebida hoje como um elemento fundamental na construção de sistemas educativos e sociedades que se comprometem com a construção democrática, a equidade e o reconhecimento dos diferentes grupos socioculturais que a integram.

            Para formação crítica dos educandos selecionou-se textos de autores “clássicos” da sociologia e artigos recentes de pesquisadores da educação. Quer-se refletir sobre debates contemporâneos a partir de uma perspectiva não-escolar no estudo sociológico da Escola (SPOSITO, 2003). Destaca-se que alguns autores clássicos e textos recentes precisaram ser “negligenciados”, deixados como leitura complementar. Atende-se o interesse em formar sujeitos autônomos, pontuando os limites de uma disciplina da graduação.
            As atividades individuais e coletivas foram indicadas como parte primordial para inserção da discussão sociológica sobre a educação. Buscando essa dinâmica, dividiu-se o curso de 60 horas em duas fases, a saber: 1- Formação básica em questões sociológicas; 2- Compreensão da Educação em Direitos Humanos. Como avaliação foram propostos seminários em grupos e a elaboração de um plano de aula com base em interesse particular de cada aluno (atividade individual).
            A ideia da pesquisa-ação é compreender diálogos da formação presencial de professores com atividades da Educação On-Line (EOL). O trabalho apresenta os primeiros caminhos que estão sendo desenvolvidos na dinâmica de formação educacional sociológica, em diálogo com pesquisas que discutem a inserção da educação on-line (EOL) na formação de professores. Os dados estão sendo recolhidos através de: Participação no grupo “secreto” on-line no Facebook, criado para turma toda; Participação em sala na aula formal; Depoimentos escritos e/ou filmados dos educandos.

Programa/proposta para o curso de 60 horas em 2013.1[4]:

CRONOGRAMA:
FASE I – Formação em Sociologia da Educação

08/04
1-Dinâmicas de apresentação
a) quem sou eu? (Elaborar até 03 perguntas para seu professor)
b) Quem são vocês? (Fazer uma redação contando sua história; nascimento, moradia, gostos e desejos)

12 /04 –  Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948).

15/04 – SPOSITO, M. P. Uma perspectiva não escolar no estudo sociológico da escola. REVISTA USP, São Paulo, n.57, p. 210-226, março/maio 2003.

19/04 –  Cap 1. Par I. O que é um fato social? (Durkheim 2007, pp. 1-13) - (original 1895).

26/04 – GROPPO, L. A. Ensaio I: 2 Gênese, 3- Olhares; 4- Imaginação (pp. 21-40)Ensaio II 1. Princípio comunitário (pp. 69-74). IN: Sociologia e Comunidade, Várzea Paulista, Ed. ESATEC, 2011.

IANNI, Octávio. A sociologia de Florestan Fernandes. Estudos Avançados 10 (26), 1996.

29/04 – BRANDÃO. Zaia. Dialética Micro/Macro da Sociologia da Educação. Cadernos de Pesquisa, n. 113, p. 153-165, julho 2001.
03/05 – YOUNG, M. F. D.  O Futuro da educação em uma sociedade do conhecimento: argumento centrado em disciplinas.  RBE- V16 n.48, set-dez 2011.

06/05 – CUNHA, L. A. .Contribuições para a análise das interferências mercadológicas no currículos escolares. RBE- V16 n.48, set-dez 2011.

10/05 – BRANDÃO. Zaia;  CANEDO, Maria Luiza; XAVIER, Alice. Construção solidária do Habitus escolar: resultado de uma investigação nos setores público e privado. RBE- V17 n.49, jan-abril 2012.

13/05 – GORASTIAGA, J. M. ; TELLO. C. G. . Globalización y Reforma Educativa en América Latina: Un análisis Inter-Textual.  RBE- V16 n.47, maio – ago. 2011.

17/05 – THIN, Daniel.  Para uma análise das relações entre famílias populares e escola: confrontação entre lógicas socializadoras. RBE V11 n. 32 maio/ago. 2006.
20/05 – CANDAU, Vera. Direitos humanos, educação e interculturalidade: as tensões entre igualdade e diferença RBE V13 n. 37 jan./abr. 2008
 24/05 – GOHN. M. G. .Movimentos sociais na Contemporaneidade. RBE- V16 n.47, maio - agost 2011.

Aula 15 – 27/05 e Aula 16 – 03/06  – Conversa sobre propostas de aula.

FASE II – Elaboração de propostas

07, 10, 14, 17, 21, 24/06 (Base para seminários)

Texto 14 - ELIAS, Norbert. Sociologia do Conhecimento: novas perspectivas. Sociedade e Estado, Brasília, v23, p.515-554, set./dez. 2008.

28/06, 01, 05, 08/07 – Seminários 1,2,3 e 4 (ESCRITO E ORAL)  - GRUPOS 1 e 2 - FASE1 - EDH E NOBERT ELIAS - GRUPO 3 e 4 - FASE 2 – EDH E NOBERT ELIAS)

12/07 – conversa sobre os seminários

15, 19 e 22/07 – APRESENTAÇÃO DOS PLANOS DE AULA – Oral (0-2) + projeto escrito (0-4)


2.3.2  Propostas para o grupo[5]:

a) Ementa – Dinamizar e expandir

EMENTA DA DISCIPLINA[6]

1) ANO 2006 SEM.

2) UNIDADE - FFP – Faculdade de Formação de Professores

3) DEPARTAMENTO - Educação

4) CÓDIGO - FFP04-09074

5) NOME DA DISCIPLINA - Sociologia da Educação

(X) obrigatória ( )eletiva ( ) universal ( ) definida ( ) restrita
6) CARGA HORÁRIA – 60h

7) CURSOS -  Licenciatura em Biologia; Licenciatura em Letras; Licenciatura em Matemática; Licenciatura em História; Licenciatura em Geografia.

8) TIPO DE AULA SEMANAL - TEÓRICA (4 “tempos”)

9) OBJETIVOS
Apresentar as principais correntes sociológicas dedicadas à educação. Analisar a educação como uma produção sócio-histórica. Analisar o processo educativo como um dispositivo disciplinar. Discutir a correlação entre o pensamento sociológico no campo educacional e a produção de subjetividades. Analisar os diferentes sujeitos históricos implicados no processo de institucionalização da educação. Apresentar alguns pensadores brasileiros na área da Sociologia da Educação.

10) EMENTA
A educação como objeto de estudo da Sociologia. O pensamento sociológico no campo da educação. A educação como processo social. A educação no contexto da estrutura social. Atravessamentos entre práticas pedagógicas e movimentos sociais. Os processos de institucionalização da educação e a escola como instituição especializada. A análise sociológica da escola. O sistema escolar e sua construção social.

b) avaliações para turma 2013.1:
PROPOSTA 1: Avaliação 1 - Formação de 4 grupos para apresentação de seminários (grupo)
PROPOSTA 2: Avaliação 1 - Fichamento de 05 textos dos 14 propostos para o semestre mais uma Resenha Crítica do relatório de EDH FASE 1 OU 2 (individual).
 0-4 pontos).

Avaliação 2 – Proposta de aula discutindo: Sociologia; Educação em direitos humanos; sua disciplina de interesse.

Apresentação oral (0-2) e projeto escrito (0-4).

Obs1: A proposta de aula (Entre 3-10 páginas): 1-Objetivo; 2- Introdução; 3-Justificativa; 4-Referências.


#CONSIDERAÇÕES e expectativas da atividade iniciada
            Até que ponto as questões levantadas no artigo nos ajudam a compreender a Sociologia da Educação? Como que apenas uma disciplina obrigatória do curso de licenciaturas da FFP-UERJ pode transformar a capacidade crítica dos educandos (futuros educadores)? Qual intuito de desenvolver “pesquisa-ação” durante atuação como professor substituto da referida instituição? Essas e outras perguntas passam pela cabeça.
            As duas primeiras perguntas parecem necessitar mais de respostas externas do que internas, por isso a decisão de escrever o artigo como relato inicial da pesquisa (inclusive para apreciação da comunidade acadêmica específica). Buscamos mais respostas do que pretendemos apresentar resultados com esse texto. Isso nos liberta do caráter produtivista do artigo elaborado, mas não exclui a seriedade das questões propostas no artigo científico.
            Destacam-se questões teórico-metodológicas da própria pesquisa em educação, incluindo o ensino como forma de pesquisa, e a formação de professores como base para dados científicos. No entanto, como afirmamos no texto, não pretendemos dar respostas, mas sim encontrar caminhos para aprimorarmos a formação continuada e “em continuação”. 
            Aguardamos, no entanto, mais questões que surgirão ao longo do semestre durante a participação no E-Cine Clube Virtual e nas aulas presenciais na FFP-UERJ. A rede de animadores culturais que se pretende criar está em fase de apreciação, mas, apresentam características de busca de autonomia dos educandos.
 A atividade como docente apresentada em forma de artigo, revela a necessidade de encontrar questões etnográficas dos envolvidos na dinâmica de formação educacional sociológica, em diálogo com pesquisas que discutem a inserção da educação on-line (EOL) na formação de professores. Acreditamos, portanto, que as buscas complexas que se estabeleceram ainda necessitam de tempo para novas considerações.

ANIMAÇÃO CULTURAL VIRTUAL E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: RELATO DE UMA PESQUISA-AÇÃO NA FFP-UERJ[7]


INTRODUÇÃO/METODOLOGIA
O artigo tem como objetivo relatar uma pesquisa-ação (JORDÃO, 2004) efetuada na Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FFP-Uerj) em 2013 através da “animação cultural virtual”. O trabalho tomou como base a formação de novos educadores sociais, tendo como auxílio o uso da tecnologia no processo educacional.           
Partiu-se inicialmente de formação teórica e prática com uma única turma, na disciplina Sociologia da Educação (2013.1)[8], iniciada em abril de 2013. Usou-se base teórico-metodológica da pedagogia histórico-crítica (Saviani, 2008), compreendendo a historicidade dos conceitos do tema escolhido.  Assim, pensou-se a animação cultural para uma educação crítica, a partir de uma linguagem artística contemporânea, o “cinema na internet”.
Na pesquisa foi lançado desafio de compreender a Educação em Direitos Humanos (EDH) e a nova geração de direitos, incluindo a tecnologia. Quer-se discutir formas de Reinventar a Escola (Candau, 2000a), atualizando conceitos da cultura na educação. Estendendo, assim, o conceito para outra perspectiva que surgiu na pesquisa de mestrado, reiventando a escola a partir da Extensão Universitária
A ideia em 2013.1 foi estabelecer diálogos com base sociológica sobre as temáticas sociais que surgiam como “temas geradores” (FREIRE 2005c) no E-Cine Clube Virtual[9] que faz parte do projeto de Extensão Universidade das Quebradas (UQ) da UFRJ. Projeto que busca, desde 2010, construir uma rede de “animadores culturais” adotando o princípio de indissociabilidade entre ensino/pesquisa/extensão proposto pelo Plano Nacional de Extensão Universitária. As atividades são desenvolvidas para/com gestores de cultura e arte que atuam ou são oriundos de favelas do Estado do Rio de Janeiro.
O projeto adota outros princípios fundamentais: Impacto e transformação (social); Interação dialógica e a Interdisciplinaridade.  Pensando nas características político-sociais da UQ, tentamos inserir futuros professores na rede de “animadores culturais” através do cineclubismo virtual, compreendido também dentro de uma perspectiva do cinema como educação e lazer.
O caminho para formação crítica dos futuros professores através da interculturalidade (IDEM,2012) observado pelo inicial entusiasmo da atividade explorada na pesquisa-ação motivou unir todas as turmas de responsabilidade do docente em 2013.2[10]. Ao “Repensar a Universidade” e a importância da relação dialógica para formação de sujeitos autônomos, em 2013.2 criei grupo único no facebook, construindo comunidade social virtual (CANCLINE, 2008), e, selecionei alguns textos comuns para disciplinas distintas.
Para essa etapa da pesquisa elaborei atividade mantendo a ideia de “rede de animadores culturais” e pensei em desenvolver atividade própria com os educandos da Instituição FFP-Uerj. Apropriando-me da ideia de cinema virtual, propus a elaboração/desenvolvimento/execução de um CINE-Sarau “Ao vivo e On-Line” (integrando atividade virtual e atividade presencial).
            Trata-se, portanto, de (re)pensar a sociologia (e/da educação) e a educação artística a partir da EDH para compreender novos caminhos na formação de professores. Estes devem ser “conscientizados” e por isso “politizados”, enquanto sujeitos únicos, autônomos, de direitos e deves, que atuam em uma sociedade intercultural como se refere Candau (2012, p.5):
(...) de um âmbito restrito, a educação escolar indígena, a educação intercultural é concebida hoje como um elemento fundamental na construção de sistemas educativos e sociedades que se comprometem com a construção democrática, a equidade e o reconhecimento dos diferentes grupos socioculturais que a integram.

            O relato sobre a pesquisa-ação nos ajuda a compreender diálogos da formação presencial de professores com atividades da Educação On-Line (EOL). O trabalho apresenta caminhos adotados em 2013 e desenvolvidos na dinâmica de formação educacional sociológica e artística. Os dados foram recolhidos através de: Participação nos grupos “secretos” no Facebook, participação em sala e depoimentos escritos e/ou filmados dos educandos.
Lendo artigos acadêmicos, revistas, sites, programas, etc, a maioria dos relatos de uma experiência, é pelo fato positivo. Neste sentido, estou disponibilizando um artigo onde a pretensão é discutir formas de ensino-aprendizagem na formação de professores, através de uma pesquisa-ação complexa, utilizando arte e tecnologia e não apenas resultados concretos.        Assim, foi preciso, na constituição do artigo, disponibilizar metodologia, fundamentação teórica, e os resultados. Quando se lê resultados, novamente, a tendência é imaginar que tudo deu certo e encontrou-se a "fórmula perfeita" para os problemas da educação. Entretanto, na pesquisa educacional, e, o trabalho de ser professor-pesquisador-educador, é verificar para além do "lado positivo" da experiência. Por isso a importância de tratar do tema como “relato”, apresentar questões metodológicas escolhidas e os resultados “encontrados”. 
Buscarei esclarecer que os resultados são parte de um estudo onde os alunos envolvidos deram as "conclusões", pontuando que estas, são subjetivas. O objetivo do trabalho de pesquisador e educador (e de professor?), foi alcançado, ou seja, pensar novas formas de ensino-aprendizagem. Através de “metodologias” que dialogam o cotidiano social atual, busquei auxílio de redes sociais virtuais (e suas relações), e das WWW (Word Wide Web), que também permitem para o educador hoje outra/nova forma de pesquisar. 
Por "abraçar" vários caminhos durante o trabalho científico, vale salientar que o projeto foi pensado para 1 ano, e com seu término, foi possível repensar a metodologia e as dinâmicas. Ao criar apenas um grupo no facebook em 2013.2, e unir discussões “artísticas e sociais”, com grupos distintos, majoritariamente de jovens, com resquício da “inexperiência democrática” (FREIRE,2005b), construímos conflitos desproporcionais. A complexidade da atividade artística, em comunidade virtual, com grupos presenciais de horários e “conteúdos distintos” proporcionou uma “grande confusão”.

#RELATO DA PESQUISA-AÇÃO PARA COMPREENDER A EDH: TECNOLOGIAS VIRTUAIS, FORMAÇÃO DE PROFESSORES “CONTINUADA” E “EM CONTINUAÇÃO”
Inicialmente, em 2013.1 e atividade de cineclubismo com o E-cine Clube Virtual, percebi mais disponibilidade para participação em sala dos alunos  inseridos na atividade On-Line. Alguns inclusive faziam pesquisas extras e/ou propunham fóruns no grupo do facebook e chegavam aos encontros presenciais com mais questionamentos em relação aos que não participavam. Muitos buscaram outras expressões para os conteúdos trabalhados (filmes, músicas, poesias e até eventos), expandido os debates estabelecidos. 
Em 2013.2, após a primeira etapa da pesquisa com uma única turma, mesmo diminuindo a participação dos alunos no decorrer do semestre, acreditei que as novas formas de interação social On-Line foram interessantes para os que continuaram assíduos. E, percebendo a importância tanto do grupo secreto no facebook quanto de uma atividade específica, resolvi desenvolver atividade própria entre todas as turmas que ministrava.
Ao criar apenas um grupo no facebook em 2013.2, também foi preciso “esquecer” o E-Cine Clube virtual, que estava parado na época (agora já retornou). Elaborou-se nova dinâmica, interna, promover um Cine-Sarau “Ao- vivo e online” com histórias criadas por “atores-virtuais”. Como fazer isso? Abaixo Atividade na INTERNET:
 Além de estar no grupo secreto único no facebook, cada aluno deveria: a) Criar um e-mail fictício (com nome e sobrenome de uma persona). Ex. rosemberg.danillo@hotmail.com; b) Criar com o e-mail um perfil no facebook, com o nome da persona (sem revelar para os demais). Ex. Danillo Rosemberg; c) Configurar o perfil e adicionar as outras personas das três turmas. Aconselhou-se não adicionar pessoas fora da atividade acadêmica; d) Apresentar via mensagem para o perfil do professor, nome verdadeiro do aluno responsável pela persona e as características. Ex. O que faz? Estuda? Onde nasceu?

            A partir desses perfis fictícios busquei trabalhar tanto o lado lúdico e criativo de cada discente, uma espécie de “ator virtual”, como chamar atenção para investigação social em redes sociais virtuais. Ex: Casos de pedofilia ou crimes raciais, denunciando se preciso. Com o caminhar do semestre, esperei número considerável de envolvidos, criei evento no facebook, onde todos eram instigados em debates, propostos por mim ou entre eles. Indiquei também lançar vídeos (poucos fizeram), surgiram mais fotos e charges[11]
            A conclusão para turma de Educação, artes e Ludicidade I[12], que acabou ficando responsável pela produção/execução se deu com relatórios escritos sobre a participação de cada discente na atividade do Cine-Sarau. Pontuo que só houve a parte On-Line, pois infelizmente a atividade foi se transformando em algo mais complexo do que o previsto. Toda construção virtual aconteceu e os relatórios indicaram que TODOS os educandos, mesmo quando não compreendendo a proposta, buscou se inteirar do “acontecimento”.
            Discutiu-se na dinâmica geral, com todos os educandos das três turmas, principalmente sobre liberdade e criatividade. Como toda dinâmica pela internet, é preciso mais investimento público para garantir amplo acesso. Este, no entanto, não foi o principal obstáculo enfrentado. Além da complexidade da dinâmica, ainda não possuímos condições ideais para atividades que misturam “ficção e realidade”, tampouco “espaço social” e “espaço educacional”. Neste sentido, houve pouco entendimento em relação a ficção dos temas levantados e da concretude do evento (não se sabia em certos momentos o que iria acontecer “ao vivo” pela abstração da temática “On-Line”, o que despertava angústia em muitos educandos, sobretudo da turma de “artes”).
            O outro ponto de dificuldade, diz respeito a “inexperiência democrática”, ou seja, a compreensão da importância do diálogo, para construção coletiva de condições ideais para tomada de consciência (de determinada situação opressora). E, como se trata aqui de um relato, o agravante maior foi a “confusão” entre “espaço virtual social educacional” em relação a “espaço invasão social virtual da vida particular”. Neste sentido, compreendendo que o grupo no facebook chegou a ter mais de 80 membros e o evento com mais de 60 “confirmados” (perfis fictícios), não foi possível manter distanciamento do que era atividade acadêmica e o que se tratava de interesse pessoal.
            Ao confundirem-se essas duas esferas, misturando realidade e ficção em demasia, houve sobrecarga de informações e dúvidas, ocasionando uma necessidade infindável de tempo por parte do pesquisador-professor-educador para “sanar tantas questões particulares que surgiam todos os dias”. A “confusão” inclui principalmente o próprio idealizador da atividade, que, por tal incapacidade de coordenar tantas necessidades particulares em seu espaço social virtual particular, decidiu interromper o canal de comunicação virtual com os discentes. Fato que permanece interrompido em 2014, ou seja, atualmente apesar de discutir ainda os mesmos temas e pensar praticamente as mesmas atividades, não houve criação de grupo secreto no facebook e nem a inserção de educandos no espaço social virtual particular.
            A partir da proposta da UQ, que iniciou em março de 2013 o projeto E-Cine Virtual, busquei “paralelamente”, inserir alguns alunos no “movimento cineclubista virtual, comentando as obras selecionadas, no intuito de desenvolver a capacidade crítica dos educandos da FFP-Uerj. A ideia inicial era que eles percebessem questões sociológicas de maneira que fosse possível elaborar formas de atuação pedagógica com base na Educação em Direitos Humanos[13]. Segundo Candau (2012):
Para o desenvolvimento do presente trabalho, o que me parece importante assinalar é que a afirmação dos direitos humanos hoje passa pela necessidade de uma ressignificação desses direitos, em que a articulação entre igualdade e diferença e o diálogo intercultural são aspectos fundamentais. Nesta perspectiva, os processos educacionais são de especial relevância (p.5).

Ao iniciar o projeto de pesquisa-ação a pretensão foi compreender aspectos suscitados pela autora:
Neste sentido, o presente trabalho pretende analisar os diferentes sentidos atribuídos pelos professores aos termos igualdade e diferença, apresentar a concepção de educação intercultural que vimos construindo nos últimos anos e evidenciar a interrelação entre estas questões e a educação em direitos humanos. (p. 1).

            Destaco que o E-Cine Clube Virtual tem como proposta potencializar a integração social em redes, na qual estamos utilizando como formação “continuada e em continuação” para formação de professores, a partir da “metamorfose do aprender na sociedade da informação” (ASSMANN, 2000). O autor nos diz que:
A espécie humana alcançou hoje uma fase evolutiva inédita na qual os aspectos cognitivo e relacional da convivialidade humana se metamorfoseiam com rapidez nunca antes experimentada. Isso se deve em parte à função mediadora, quase onipresente, dessas novas tecnologias. Junto às oportunidades enormes de incremento da sociabilidade humana, surgem também novos riscos de discriminação e Desumanização (idem, ibidem, p.7).

            Por isso acreditamos na necessidade de estar apresentando os caminhos adotados para compreensão de novas formas de mediação educacional (On-Line) para discussões de conceitos sociológicos, artísticos e culturais em diálogo com questões sociais. Interessa-nos principalmente pelo fato de estarmos em constante avaliação sobre as formas pedagógicas que estão surgindo no século XXI.
            No seu sítio eletrônico a UQ apresenta da seguinte forma a nova proposta de animação cultural:
A partir de agora o quebradeiro Tetsuo Takita vai comandar um cineclube virtual pelo site. Todo mês ele vai sugerir um filme e fomentar um debate.

No semestre seguinte, os “atores-virtuais” no evento do facebook foram trabalhando questões sociais, artísticas e culturais, a partir de estímulos das personas das três turmas lecionadas na FFP-Uerj. A ideia foi desenvolver inter-relação com as disciplinas, compreendendo aspectos dos "círculos de cultura" até a "animação cultural" com base teórico-metodológica da "cultura digital". É importante, ainda, compreender conceituações sobre pesquisa-ação para formação de professores. Segundo Jordão (2004):
Além de apresentar críticas, Schön apontou possibilidades de mudanças, introduzindo a necessidade de se repensar a epistemologia da prática, fundamentada na reflexão a partir de situações concretas. Assim, a formação de professores ganha uma outra dimensão, passando a ser centrada na investigação do próprio trabalho em sala de aula e na escola (Nóvoa, 1992; Zeichner, 1992 apud Jordão, 2004, p.1).

            Destaca-se, que as considerações levantadas aqui partem da transformação no ensino universitário, para que os futuros educadores tenham atuações mais consistentes e coerentes com a atual sociedade. Neste sentido, indiretamente, estamos tratando da mudança no trabalho educacional escolar, mas, partindo de outro ponto para pesquisa educacional, vendo na Universidade e suas formas de atuação, novas possibilidades para assim atingir a instituição “escola”. Concorda-se com Jordão (2004) quando diz:
Para Schön, tornar-se consciente de seus saberes tácitos é o primeiro passo para o que profissional possa efetuar questionamentos sobre as estratégias e as teorias nas quais acredita, o que lhe possibilita transformar seus modos de atuação. Esse modelo ficou conhecido como modelo da prática reflexiva e, embora existam divergências nas interpretações e diferentes possibilidades quanto à forma de se propor e estimular a reflexão, há um consenso na literatura sobre a relevância de sua incorporação na formação inicial e continuada de professores (p.1).


#CONSIDERAÇÕES
            Até que ponto as questões levantadas no artigo nos ajudam a compreender a Sociologia da Educação e a própria educação artística? Como que apenas as disciplinas de licenciaturas da FFP-Uerj podem transformar a capacidade crítica dos educandos (futuros educadores)? Qual intuito de desenvolver “pesquisa-ação” durante atuação como professor substituto na referida instituição? Essas e outras perguntas passam pela cabeça.
            As duas primeiras perguntas parecem necessitar mais de respostas externas do que internas, por isso a decisão de escrever o artigo/relato da pesquisa (inclusive para apreciação da comunidade acadêmica específica). Busco mais respostas/contribuições do que pretendo apresentar resultados com o texto. Isso liberta a pesquisa-ação do caráter produtivista/academicista, o que não significa falta de seriedade das questões propostas no artigo.
            Destacam-se questões teórico-metodológicas da própria pesquisa em educação, incluindo o ensino como forma de pesquisa, e a formação de professores como base para dados científicos. No entanto, como afirmei acima, não pretendo dar respostas aos temas, mas sim encontrar caminhos para aprimorar a formação continuada e “em continuação” (inclusive a própria prática docente como fonte teórica de reformulação metodológica). 
            Aguardo, no entanto, novas questões que surgirão ao longo da reflexão que a pesquisa na FFP-Uerj proporcionará aos discentes e ao próprio docente (ao trabalhar o artigo em sala). Como melhor desenvolver “rede de animadores culturais virtuais”? Qual a importância da animação cultural “ao vivo” para reflexão crítica das questões levantadas? Demonstro interesse em criar esta fase de apreciação/reflexão, mas, apresentando características importantes para busca de autonomia dos educandos na sua formação enquanto professor.
 A atividade como docente apresentada em forma de artigo, revelou ainda a necessidade de valorizar questões etnográficas dos envolvidos na dinâmica de formação educacional sociológica e artística, em diálogo com pesquisas que discutem a inserção da educação On-Line (EOL). Acredito, portanto, que as buscas complexas que se estabeleceram nas atividades de pesquisa-ação ainda necessitam de tempo para novas considerações e reformulações da própria prática como docente.


1 - Cine- Sarau: Ar-te "Um dia..." + Choca FFP: é hora de morfar (2014.1)
Link do artigo: POSTAREI 24/04

2-  A-MEM: Contra o Domínio do Rei Thor! (Um ORGULHO DE TRABALHO COMO MEDIADOR CULTURAL) (2014.2)
Link do trabalho: POSTAREI 08/05




[1] Artigo originalmente elaborado e aprovado para o VII Seminário Internacional "As redes educativas e as tecnologias": transformações e subversões na atualidade (UERJ – Período: De 03 a 06 de junho de 2013).
[2] Mestre em Educação (UNIRIO) – Professor na Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FFP-UERJ) nas disciplinas: Educação, artes e Ludicidade II; Sociologia da Educação.
[3] Disciplina oferecida para todas as licenciaturas da FFP, porém, no artigo, a turma em questão é destinada para Ciências Biológicas (o que não impede a participação de alguns estudantes de outros cursos).
[4] Destaca-se, no entanto, que essa programação foi elaborada para turma inteira, entretanto, aqueles que fazem parte da pesquisa-ação também estão sendo inseridos nas questões da animação cultural; educação on-line; pesquisa-ação na formação de professores.
[5] Sobre o curso/disciplina (60h), discutido na aula 08/04.
[6] Elaborada para o segundo período de Licenciaturas da FFP-UERJ. No texto alteraram-se algumas numerações, pois há tópicos que são desnecessários. A ementa “oficial” está Disponível em: http://www.ementario.uerj.br/ementas/9074.pdf
[7] Publicado no Programa do III Encontro Internacional sobre educação artística: Práticas em educação artística. tensões entre aprendizagem e educação. Universidade Regional do Cariri, Centro de Artes, GPEACC. 2014. ISBN: 978-85-65425-0-4
[8] Disciplina oferecida para todas as licenciaturas da FFP. A turma em questão era destinada para Ciências Biológicas (não impedindo a participação de estudantes de outros cursos). 
[9] Adotou-se essa metodologia por perceber que cada vez mais pessoas podem assistir “cinema em sua casa”. Há inclusive páginas na internet com “filmes on-line”. O próprio E-Cine Clube Virtual disponibiliza os links dos filmes; ou melhor, “dos temas geradores”.
[10] A saber: Educação, artes e ludicidade I (exclusiva da Pedagogia); Sociologia da Educação (direcionada para turma de Geografia) e Sociologia e Educação I (exclusiva da Pedagogia). 
[11]  Link do evento: https://www.facebook.com/events/637636359591099/?ref=ts&fref=ts. Para manter sempre ativo no facebook, é só adiar a data de realização antes da sua chegada.
[12] Atendendo aos diferentes objetivos das distintas disciplinas, foi preciso para atividade avaliativa, separação de propostas. No caso de Sociologia da educação propus um jornalzinho alternativo (estilo panfleto universitário) onde cada aluno criou o seu próprio. Para Sociologia e Educação I, elaboração de questionário qualitativo sobre a importância da educação infantil na visão de idosos (prevendo entrevistas).  Saliento que a possível incompatibilidade nos horários das turmas para participação em atividade presencial única foi o principal fator para pensar outras atividades avaliativas, e não problemas epistemológicos. Por questões claras, no entanto, ao pensar isso, deixei desde o começo delimitado maior comprometimento com a dinâmica para turma de “artes”.  A turma, no entanto, não conseguiu constituir comunidade virtual, nem tampouco presencial, que caracterizasse unidade política e artística para o acontecimento concreto do evento Cine-Sarau “Ao vivo e online”. Fato este que deixou a atividade prática somente no contexto “On-Line”, mas, destaco a interação ocorrida de maneira teórica, e o envolvimento presencial dos educandos na elaboração das ideias de produção.  “Ao vivo” a proposta seria cada aluno apresentar e revelar sua persona (incluindo os educandos das outras turmas).
[13] Decidiu-se, no programa da disciplina, partir da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) pela representação que o documento assume. Algo mantido em 2014.