sábado, 26 de setembro de 2015

O inverso da loucura de vários doidos

Essa peça começou a ser escrita em 2008, com um "grupo" de teatro que tentei montar em Olinda-PE. O grupo se chamava "pulo nas artes", e para essa montagem, chamei um amigo, o Evandro Mesquita. A ideia do texto partiu de tentarmos construir um texto para nós dois.

Evandro sugeriu "os dois doidos". Eu pensei que um cara poderia "achar que via fantasmas".... e Evandro deu a ideia de trabalharmos com o silêncio, através de placas que dialogassem com as cenas. Chegando em casa, lembrei de um texto que havia escrito pouco antes, "a teoria do inverso". Juntei as ideias e apresentei para Evandro como "O inverso da loucura de dois doidos". Aprovado, começamos a montar e pensamos em chamar outras pessoas. O que fez o texto virar "O inverso da loucura de vários doidos". Evandro saiu do grupo, chamei outras pessoas, começamos a ensaiar, e finalmente conseguimos montar.




 O primeiro experimento fomos para cena, eu e Gustavo Pardal - alguns personagens colocamos o público para fazer. Foi durante a SACU (Semana de arte e cultura da UNICAP - Onde eu havia me formado em História).









Depois dessa montagem, o pessoal gostou e nos convidou para fazer mais vezes. Comecei novo processo de montagem com novos atores. Abaixo cartaz dessa segunda montagem.



Além das montagens para UNICAP (Universidade Católica de Pernambuco) - montei com meus alunos do Colégio Master de Olinda (a escolha me deve sete meses de salários até... mas isso foda-se, importante foi fazer...). Depois dessas montagens, mudei-me para o RJ, tentei uma nova montagem com atores que conheci no RJ, fizemos alguns ensaios abertos e experimentos na Tijuca. Isso era meados de 2010. 






No mesmo ano entrei na UNIRIO, no curso de teoria do teatro, e tentei o THE para troca de curso - queria ir para direção, e fiz uma montagem com o mesmo texto, durando 10 minutos (tempo máximo da cena). O que estou querendo dizer? Eu fiquei muito tempo trabalhando nesse projeto, pois além de acreditar no texto e na proposta cênica, não consegui montar ele de nenhuma forma como gostaria. Infelizmente não fui aprovado no THE de direção, não consegui financiar edital para essa peça, acabei entrando em outros projetos, e desde então o projeto está arquivado. Mas acredito que aprendi muito com esse texto, com o que ele me toca e com as provocações que nele encontramos. 

Abaixo o texto como apresentei para banca. Tenho um vídeo de 20 minutos do último ensaio e guardo como homenagem ao grande amigo e ator Matheus Longui que infelizmente faleceu este ano em um acidente de moto. Não coloquei no youtube por respeito ao meu amigo, que, antes de ir, nem chegou a receber o vídeo. Quando aconteceu o acidente fui procurar para ver se tinha fotos, mas não, só tinha este vídeo. Quando bate saudades do broder... dou uma olhada... era um PUTA ATOR... ou melhor... um ATOR PUTA.... fazia de um tudo... saudades LONGUI..


Texto base:

O texto é utilizado para formação inicial dos atores a respeito da peça “O inverso da loucura de vários doidos”. Segue abaixo:

A teoria do Inverso[1] (Autor: Lucas Leal - 11/11/2008)

Na verdade, poder-ser-ia dizer, ou denominar, de outra forma, atribuindo-lhe, a qualificação, de “Teoria do Inverso Positivo”; aquela que busca em si mesma, uma fonte de força; que atrai por ela mesma, energias sinceras; poder-ser-ia também, atribuir definições como; utópica; individualista; espiritualista; reflexo psicológico do controle mental; concentração no objetivo positivo de cada situação, as mais adversas; autocontrole; auto-estima; ou, simplesmente, ser encarada como uma filosofia de vida; outra ótica de encarar o ser humano no mundo, em torno da sua própria existência humana e consciência da necessidade da convivência em sociedade; sendo ela, hoje, modernizada, industrializada, técnica, tecnológica; beirando a civilização cibernética, digital, fria, e acima de tudo, capitalista.
Em sumo, a necessidade de uma constante busca, fez resumir saberes, ensinamentos, ou, refletindo melhor, percebe-se hoje os fragmentos de uma sociedade persistente na errância de metarrelatos; na ideia do controle social através de uma hierarquia; que o próprio sistema econômico vigente na grande maioria do planeta possibilita. Em si, as organizações sociais, políticas e econômicas, sendo de “terceiro”, “emergentes” ou “primeiro” mundo, são caracterizadas pela prática de exploração das várias camadas de trabalhadores.
Sejam explorações oriundas de excessivos impostos praticados em diversos países; sejam explorações das grandes indústrias em detrimento da saúde física e mental de seus trabalhadores; ou ainda mais, sejam explorações dos saberes científicos em nome da doutrinação, moralização de seres humanos - desde sua infância, com leis e regras morais - até a fase de amadurecimento e crescimento social - aonde as relações sociais nas diversas cadeias possíveis dessas perspectivas impõem aos indivíduos. O ser hoje adquire posturas, modos, jeitos e “trejeitos” de acordo com cada situação. Absorvendo teorias oriundas das artes, podemos incluir que; usam-se máscaras sociais; desde o condicionamento linguístico, perpassando pelo vestuário e principalmente, atingindo a imagem simbólica que o ser possui perante sua comunidade.
Assim, a maior absorção de valores outrora pré-estabelecidos, ocasiona a necessidade de fugas; no sentido de que os indivíduos, sendo culturais, possuem em sua natureza biológica, a sede de produção própria, compartilhar suas idéias e teorias, a partir do descobrimento da importância dessa linguagem peculiar a espécie. Com isso, os homens, como os únicos seres capazes de articular racionalmente sua linguagem, desenvolveram símbolos; entre eles, os diversos idiomas mundiais; chegando até o desenvolvimento de ícones e símbolos mais gerais; demonstrando, portanto, sua capacidade criadora; como também sua capacidade de transmitir seus “progressos” para futuras gerações.
A importância dessa transmissão percebe-se no acumulo de tecnologias e técnicas que a atual sociedade possui. Mesmo com a perda de documentos históricos importantíssimos ao passar dos séculos; mesmo com guerras e lutas; mesmo com a exploração de homens por outros homens. Assim, de encontro a qualquer ideia de triunfo humano, temos hoje, todas as “armas”, “instrumentos” e “conhecimentos” necessários para conseguirmos fazer o “inverso” do que vem sendo feito.
Em poucas linhas poderia afirmar, reafirmar, e ratificar, em nome de pessoa metafísica, que a teoria do inverso, pode ser entendida literalmente, ou ao “pé-da-letra” como o próprio ditado. Entendida, portanto, no seu sentido linguístico e significado estabelecido por uma definição da sua atual morfologia.
Inverso é: “O mesmo que Inversão; invés. Adj. Contrário: <sem dar razão do seu aviso inverso ao do marido> Camilo, Enjeitada, 132 (Lat. Inversus)” (p. 143, Volume II)
Assim, muitos discorrem suas vidas inverossímeis, e levam para si, uma teoria inversa; e ainda costumam reafirmar “essa proposição cujos termos estão invertidos” (Ibidem, p.143), por isso tudo em suas vidas ocorre inversamente; “de modo inverso” (ibidem, p.143).
“Só consigo dizer para ti que estas pessoas estão com uma inversão na vida; com atos ou efeitos de inverter os elementos. Isso, agora sem inverter, é pavorosamente Inverossímil; Então, digo-te que é: - aquilo que não é verossímil. De certa forma, tudo isto me aparenta inacreditável!”
E foi isto que me fez perceber que a maioria das pessoas, como você, é inverossimilhante e agem de maneira aleatória inverossimilmente. O pior, na grande parte que conhecemos da tão contestada e fragmentada História, essa necessidade de criar a sociedade de inversão, foi de forma consciente de que o quê estava a ser feito, era inversivo a sobrevivência futura da própria espécie.
Assim, como o destino da morte, que os cristãos afirmam ser pelo pecado coletivo e mortal de “Adão e Eva”, você, fruto dessa sociedade, possuidor de pensamentos inversivos, é na verdade, um possível inversor do seu próprio ser. Principalmente no dia em que souber dominar sua inversão, assim, assumirás o controle do destino Invertível. E aquele “que se pode inverter”, é por si. Serás com isso avesso do invesamento, sendo severamente contrário a contrariedade social. 



è Indicações cênicas: (Prática completa da encenação da peça Original)


Movimentação cênica: em forma de circulo e recomeço. Há também muito espaço para participação e interação entre atores e o público.

Figurino: Pijamas (por baixo – cada personagem tem um tipo ) – Macacão (em cima do pijama) – Roupas Comuns (Velhas – Simples – caseiras- Por cima de tudo)

Maquiagem: Pinturas de cor única no rosto de cada personagem. Senhor S. Rosto azul. – Senhorita T. Vermelho.

Cenário: Lençóis ao fundo – Banners (placas cênicas) - Caixinha mágica – cachorrinho de pelúcia.

Técnicas: Técnicas do teatro invisível e de Improviso. Formação do elenco a partir do teatro antropológico.

Sinopse:
O inverso da loucura de vários doidos é uma peça que se dedica a refletir sobre a sociedade. Sem falas, a personagem Sr. S, articula placas com alguns dizeres. Esse Sr. S têm um amigo músico, o Hamslogovisck que o ajuda a manter o corpo em movimento. Esse amigo músico, por sua vez, possui duas amigas (Senhorita t. e vicky hanst, que o ajudam no momento em que Sr. S parece fora de seu juízo normal.
A encenação desafia o público, quebra com a noção de tempo-espaço, cênico ou não, verdade ou interpretação, na ideia de infinito, de recomeço, de mudanças... fazendo com que os inseridos compactuem de pensamentos aleatórios, que visam o mesmo caminho, mostrar como se encontram as relações sociais dos indivíduos ao longo da existência humana...
 De fato é um texto simples e ao mesmo tempo se apresenta complexo. O intuito do grupo ao montar essa encenação é mexer com a cabeça do público. O que está acontecendo aqui? O que eles quiseram fazer com isso tudo? O que é vida? O que é morte? O que é sociedade? São perguntas com infinitas respostas, e ao ver essa peça/cena, surgirão outras infinitas interrogações com infinitas respostas.
  



FICHA TÉCNICA:
Peça: O inverso da Loucura de Vários doidos (baseado na “Teoria do Inverso”)
Autor: Lucas Leal.
Gênero: Comédia dramática.

Personagem 1: Sr, S.
Personagem 2: Hamslogovisck.
Personagem 3: Vicky hanst
Personagem 4: Senhorita T.
Personagem 5: Dú Boné ( um Boneco )

Personagens/atores: Pessoas teoricamente normais.
Atores para cena: Bruna Félix e Matheus Longui

Personalidades:

Sr. S: Tenta ser intelectual e sensível, acaba rindo de si mesmo, demonstrando desespero para quem o vê falando.

Hamslogovisck: Um sujeito que gagueja e é brincalhão ao falar...

Senhorita T. : A mais centrada, termina falando meio surtada.

Vicky hanst:  Possui certa seriedade e se torna reflexiva.


 Texto adaptado para o THE: ‘O inverso da loucura de vários doidos’
Autor: Lucas Leal

Imagem 1

1ª Parte:

1- A peça começa com os atores formando um círculo.

- Sr. S estará sentado, conversando com “Du boné”.

Imagem 2

2-  Sr. S começa a levantar lentamente.
└> “Dú boné” vai em seus braços.
- Sr. S começa a levantar as placas.

Placa 1: “Eu acho que vejo fantasmas”!

(Nesse momento, após uma espera para leitura do público, toca-se em senhorita t, -discorre o seu texto -> historia 1 – fotografias.


Senhorita T.: Bem meu caro S. sem muitas delongas, te faço uma simples pergunta: O que seria a Teoria do Inverso Positivo? Calma, não me responda agora, deixe-me pensar um pouco.
(...)
Eu sinto uma fonte de força ao meu redor. De onde vem essa força meu caro S.? Calma, deixe-me pensar. Sabe, quando eu era mais novo me achavam meio doido. E eu não sou doido. Quer dizer, eu não era doido. Aliás, eu acho que todo mundo é doido. Eu tenho um amigo que diz que consegue controlar mentes. Isso é mentira. Para controlar mentes, você tem que ter um autocontrole, tem que está bem psicologicamente, e ter a auto-estima elevada. Eu consigo controlar mentes. Sabe por quê? Por que eu sei conviver numa sociedade, não preciso estar gritando com ninguém pra mostrar a minha autonomia. (fala isso gritando) Apenas tenho uma filosofia de vida diferente da sua.
(Após ações recaem em risos e choros, e vão se amontoando pelo chão )

Imagem 2

Placa 2: O que está acontecendo aqui?

(Espera resposta, toca em senhorita t., - lê a placa, pergunta ao público, espera respostas e discorre seu texto –> história 2 – caixa mágica


Senhorita T.: Existem muitas pessoas que acham que podem sair por ai dando ordens, obrigando os outros a fazer o que não querem. Eu não me conformo com isso. Como uma pessoa pode ser tão ingênua a esse ponto. Não são ordens que vão dar poder. Pelo contrário, lembra o que aconteceu com Robespierre na época da revolução Francesa? Guilhotina meu amigo, guilhotina. O mesmo aconteceu com Hitler. Guilhotina meu amigo, guilhotina.

 Sr S.: Mas Hitler se suicidou Senhorita T.

Senhorita T.: Cale essa boca e vá buscar um copo de água para mim que eu já estou com a garganta seca de tanto falar.

(ele vai – entrega ‘o copo’ retirado da caixinha mágica)

Senhorita T.: Mudando um pouco de assunto, quero te fazer uma pergunta meu amigo. Por que usas roupas tão estranhas? Alguém te obriga a usar isso? Sabe, eu faço meu próprio estilo, e modéstia à parte, não é qualquer um que consegue se vestir assim. Eu criei minha própria aparência. Antigamente deixava minha vó me vestir. Isso é o que dá ser criado por vó. Mas hoje ganhei minha liberdade, minha autonomia, e sou o que sou. Agora meu jovem, não deixe ninguém fazer isso com você. Vou te dar roupas que nem as minhas, e espero que você leve esse costume para outras pessoas através da linguagem. Converse com elas, e convença todas, elas devem ser que nem eu, que nem você! Isso nos dará muitos frutos no futuro. Aí sim, todos vão ser que nem eu e levar esse costume para seus descendentes. Sabe o que significa isso? Domínio do mundo!
(Após ações recaem em risos e choros, e vão se amontoando pelo chão)

Imagem 3

2ª Parte:

- Sr. S começa a conversar com “Du boné” e diz que está começando a entender...

Senhorita T. : Venha cá, quero te dizer algo mais. Mudei de ideia. Para que todo mundo igual a mim. Eu não quero ser igual a ninguém. Esqueça tudo que falei, e vamos fazer o contrário. Eu quero que você faça tudo que eu disse de trás para frente. Cada um vai criar sua cultura, suas atitudes. E me deixe em paz. Seu louco!

Fala 1: “Pergunta para todos”:

Sr. S.: Eu vejo coisas que não toco, são fantasmas... vocês acreditam?

Resposta geral:

-Gestos e sons.

Fala 2: “Perguntas para todos”:

- Descreve uma pessoa “inventada” -> (em seguida pergunta) – Estão vendo?

Resposta Geral:

- Nãããão.

Fala 3: “Perguntas para todos”:

-Descreve alguém do público, em detalhes (e pergunta) – “Vocês estão vendo?”

Resposta Geral:

- Nãããão.

(Essa hora os atores voltam para a posição inicial da peça)

   ↓↓↓

(- Sr. S -> Entra em desespero, explica ou fala que entendeu de vez )

Sr. S:  ESTAMOS TODOS MORTOS... é, Mortos.... sim... mortos sim!

1 - Homens, a muito explorando muitos outros homens...
2- Mulheres, crianças, velhos... todos explorados...
3- Os homens que não queriam que fizessem com eles o que eles fazem com os outros... entram em desespero...
4- Com medo do desespero, criam regras, leis, e assim criam mais crimes, mais mortes, e mais regras, e mais regras...
5- cada pessoa passa 20 anos tentando saber o que fazer, mais 20 anos tentando ajeitar o que não conseguiu fazer... mais 20 anos se lamentando porque não fez nada...
6- sempre... sempre... sempre...

(Os atores que se amontoaram novamente durante a fala de desespero se reagrupam na posição inicial...)
(└> Quando começar a falar, após o desespero e explicação que todos estão mortos, emitem sons)

(Os atores buscam o silêncio, e terminam por dizer...)

Imagem 4

1- “O silêncio é o som mais difícil de alcançar...” 
2- “Sabendo disto, escolhemos pelo menos brincar com os sons...”
3- “E descobrimos que fazendo muito barulho...”
4- “Tem hora que é melhor calar...”
5- “Esperar o silêncio...”
6- “E saber que encontraremos o som mais difícil...”
7- “...Mesmo não querendo...”
8- “Todos nós silenciamos no momento em que partimos”
9- “Então, vamos buscar vozes mais fortes enquanto vivos...?”
10- “Encontrando o silêncio quando nossa morte chegar”!

Imagem 5

(Toca-se em senhorita t. – que lê a placa, pergunta ao público – viram máquina eles fazem -> ZIMBUM e caem amontoados)

Placa 4: FIM
Placa 5: Aplausos

(saem de cena conversando: “Já falamos TUDO? eu acho só que a sociedade não vale nada....”, é,  deve ser...)

-FIM-




OBS: Na montagem usamos falas construídas pelos atores e vamos adaptando. Aproveitamos muito da montagem 1, com Gustavo Pardal (excelente ator).


Falas de Pardal


Existem muitas pessoas que acham que podem sair por ai dando ordens, obrigando os outros a fazer o que não querem. Eu não me conformo com isso. Como uma pessoa pode ser tão ingênua a esse ponto. Não são ordens que vai te dá poder. Pelo contrário, lembra o que aconteceu com Robespierre na época da revolução Francesa? Guilhotina meu amigo, guilhotina. O mesmo aconteceu com Hitler. Guilhotina meu amigo, guilhotina. (Alguém fala: mas Hitler se suicidou Hamslogovisck). Cale essa boca e vá buscar um copo de água para mim que eu já estou com a garganta seca de tanto falar.


Mudando um pouco de assunto, quero te fazer uma pergunta meu amigo. Por que usas roupas tão estranhas? Alguém te obriga a usar isso. Sabe, eu faço meu próprio estilo, e modéstia à parte, não é qualquer um que consegue se vestir assim não. Eu criei minha própria aparência. Antigamente deixava minha vó me vestir. Isso é o que dá ser criado por vó. Mas hoje ganhei minha liberdade, minha autonomia, e sou o que sou. Agora meu jovem, não deixe ninguém fazer isso com você não. Vou te dá uma roupa que nem a minha, e espero que você leve esse costume para outras pessoas através da linguagem. Converse com elas, e convença todas as serem que nem eu, que nem você! Isso nos dará muitos frutos no futuro. Ai sim, todos vão ser que nem eu e levar esse costume para seus descendentes. Sabe o que significa isso? Domínio do mundo!

  
Venha cá, quero te dizer algo mais. Mudei de idéia. Pra que todo mundo igual a mim. Eu não quero ser igual a ninguém. Esqueça tudo que falei, e vamos fazer o contrário. Eu quero que você faça tudo que eu disse de trás pra frente. Cada um vai criar sua cultura, suas atitudes. E me deixe em paz. Seu louco!







[1] Texto publicado na Bienal do Livro em Pernambuco (2009).


sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Mais do mesmo... ideias de filmes sem fim... colaborativos... online... e blablabla! Campanha de financiamento coletivo!

            A ideia desse post era ter Vídeos como ator. E daí fiquei pensando... Quais? O trabalho como perforMAN as vezes não se enquadra nesses modelos cênicos cinematográficos….

            Por isso estou na empreitada de trabalhar com um filme/teatro inacabável ao vivo e online.

Para ver o projeto completo: https://beta.benfeitoria.com/CineCircoFusca69





            Por ser inacabável, a sensação geral é que o filme não tem fim. E de fato não tem, pois não está pronto. E por isso utilizamos como teatro, quando exibimos ao vivo imagens que somente eu possuo. Mas é on-line, com fragmentos que podem ser acessados e constam na página do filme: https://www.facebook.com/4ladeirase70degraus

            De certa forma ainda se trata de um estudo estético, sobre novas formas de produção cinematográfica e de construção de narrativas teatrais/cênicas. A, ainda, a fundamental relação entre ficção e realidade, verdades e mentiras, interpretação e ação política.
           
            Todas essas questões já foram trazidas nos artigos, nas pesquisas, e nos projetos que também estão sendo arquivados aqui. Então não se trata de nada novo para quem está acompanhando o processo. E nisso pergunto: Quem acompanha o processo? Não temos tempo para ler os outros, de tantas informações...

            Eu, com minha insistente necessidade de documentar minha existência e produção intelectual, tenho tentado num esforço quase que surreal, a divulgação desse material de pesquisas. Faz parte da minha atividade profissional... mesmo que esta se encerre em breve.

            Dessa forma, o artista, que aqui escreve, talvez esteja no esforço final de concluir uma obra sem fim. Seria minha única obra?



Outros trabalhos que estão por ai....


Beijo:

Amor é cego:

Um louco artístico:

Eu tinha postado em outra conta que sumiu...



Mercado pós-moderno em movimento:

Eu tinha postado em outra conta que sumiu...trabalho efetuado para disciplina de semiótica do cinema no curso de especialização em estudos cinematográficos (UNICAP)


Que merda:


 Ps: Sinto que repito e avanço, nos temas... e que uma hora, mais cedo ou  mais tarde, o fim do inacabável estará mais próximo...

BEIJOS E QUEIJOS