quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

GIRASSÓIS: PRETO NO BRANCO NÃO EXISTEM

Autor: Lucas Leal

Em cena:
- Um ser não ser.
- Uma boneca.
- Um espelho.
- Uma escova de cabelo.

                A cena se passa em uma praça. Um ser não ser, conversa diante do espelho, ao lado direito uma boneca, em suas mãos uma escova de cabelo. Olhando fixamente para o espelho, o ser não ser começa alisar levemente seus cabelos com a escova...

Ser não ser diz: Os girassóis são plantas originárias da América do Norte e cultivadas pelos povos indígenas para alimentação (Olha para boneca). O Girassol recebe esse nome porque sua flor acompanha a trajetória do sol, do nascente ao poente (em dúvida). Mas toda vez que me coloco no lugar de um girassol, vejo tudo preto e branco (gargalha loucamente). Então quer dizer que o sol é preto, o céu é branco, e você é tão bonita quanto um elefante (sarcástica). Então agora compreendo a relação que existe entre uma bicicleta e um biscoito de chocolate. Sim, claro, mas vou optar por ficar parada aqui, olhando aquela velha janela (aponta para alguém da plateia, como que ele fosse a janela). Levanto agora para dizer a importância de pular. Toma, segura isso (deixa a escova no chão ao lado da boneca), pois meus cabelos estão MA-RA-VI-LHO-SOS como os óculos de Valeska Poposuda escuros de Raul Seixas. Absurdo ou não, sua, sua... sua boneca (fala olhando para ela) aquela janela que está ali (aponta novamente para mesma pessoa) mesmo sendo a coisa mais feia que eu já vi, é tudo que tenho  nessa vida (anda em direção da janela e para fixamente  contemplando a paisagem). Girassóis, amarelos, faz colorir meus olhos (vai sorrindo levemente)... e transforma em belo essa horrível janela (sedução) antes que eu diga tudo que penso realmente sobre ela (aponta novamente para boneca). Descabelo-me  (e vai se descabelando), se você não transformar essa janela fedorenta em algo útil, eu não ficarei mais aqui (vai saindo), pois quero pular (vai pulando, “despirocando”), dançar, ráááá, transforma essa janela agoooraaaa, rááá, rááá, ráááááááá (em desespero.... mistura de riso e tensão... olhando para janela... respirando forte, vai voltando ao normal... e sussurra). Puts, continua feia pra caceta. caralho.


-Fim-


*O texto foi escrito para atriz Vanessa Schenee (se copiarem por favor citar a fonte :P)

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