sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

ARTE & CRIME: Uma Não autobiografia, pois apaguei coisas que não importam!!!!

Imagem feita pelo parceiro Kadu Barros da UFRJ, ex-aluno da Unirio. Obrigado mano.

  
VÍDEO DE PEDIDO DE REVISÃO DE NOTA:



MAIS E MAIS VÍDEOS:



Relato da defesa?

ARTE & CRIME: Uma Não autobiografia, pois apaguei coisas que não importam!!!!


Introdução

“Eu vi no seu trabalho uma linha tênue entre arte e crime” [1](Walder, meu orientador)

            Eu deveria começar por algum ponto sobre algo real. Ou revelando verdades. Parando de negligenciar acontecimentos reais.  Mas, do que importaria? Pouco importa o que eu fale ou escreva. Nada tem valor nas linhas que disserto. Ser criminoso, por existir, esse sou eu.
            Introduzo texto monográfico, portanto, pensando como um livro. Um livro que não deve ser lido. Um livro feito para academia, na academia, para qualquer pessoa interessada em cultura e arte criminosa, mas, não deve ser lido. Tampouco deve ser comentado em rodas formais e encontros acadêmicos. Não deve ser distribuído, nem vendido.
            Este livro, na verdade, não devia existir. Nada feito por mim deveria ter existido, uma vez que, eu não deveria existir. Não da forma como existi até aqui. Capengando entre conceitos meus, e de uma sociedade pautada em valores invertidos. Pessoas moralmente e esteticamente condicionadas a não entender. A falar. Julgar. Criticar. Discutir. Cansar-se dela mesma e persistir em ser igual, mesmo quando se diz diferente.
             A universidade reproduz melhor isso do que qualquer outra instância educativa no Brasil. Nesses lugares, brancos como eu, são maioria, em um país onde negros e pardos representam  mais gente. Para eles, o direito público é negado. A mim, que não quis seguir a lógica capitalista do mundo branco, nem calar-me diante de opressões, mesmo quando subjetivas, não consigo comparar com as opressões com os amigos negros. Não consigo, pois não vivo isso.
            Sou branco, olhos verdes azulados. Sou de uma família de classe média, do bairro de Casa Caiada, Olinda-PE. Lucas Leal, nove letras, nascido 26/02/1986. Certo dia cai do berço tentando fugir dele. Noutro quase decepei um dedo na bicicleta tentando capar o pneu da bicicleta da minha prima Dedi. Antes disso, com 11 meses, entrei na escola e mordia todas as crianças de lá (que tinham acima de 2 anos...).
            Aos 3 anos eu acabava minhas tarefas antes dos colegas e ajudava a tia em sala. Aos 17 e 10 meses passei no curso de Licenciatura Plena em história na UNICAP. Era surfista, malhava, bebia pouco, tentava ser jogador de futebol. Aos 18 desisti. Aos 19 já fazia tanta merda que me perdi. Deixei de ser o Lucas Leal, 9 letras nome completo, artista desde sempre, que escreveu uma música com 3 anos de idade.
            Dos 13 aos 17 fui Pankeka de Olinda, brigava em toda festa e quase todo dia na escola. Jogava futsal, agarrava também... me arriscava nas praias com a galera da favela, jogando um futebol limpo. Com 23 sai de lá e vim ao Rj, de carona. Cheguei na Unirio. Quis estudar lá. Tornei-me mestre 28/02/2013.
            Agora, com esse livro que não deve ser lido, tento ser teórico do teatro. Não me importa, o que difere de um historiador? Também não importa.  Dos 19 aos 29... eu fui quem não deveria ser... quem não gostava de ser... e mesmo assim, hoje ainda sei quem sou. Ainda quero ser eu, ser quem fui e quem não fui. Não quero ser lido ou visto. Mas algumas pessoas as vezes querem que eu queira. Ótimo.
            Não vivo de ilusões, nem sonhos, ralei muito para ter a merreca que tenho e fazer tudo de doidera que fiz. Loucuras reais, ficcionais, curiosas, dinâmicas, e... tensas. Vivi numa tensão enorme dos 17 aos 27. Foram também 10 anos que fui outro, e não eu.
            O que me parece até então, é que só fui eu aos nove anos, quando disse para minha mãe que queria ser feliz e não ficar pensando nos problemas o tempo todo. Que ninguém iria tirar o meu sorriso. Talvez tenham tirado, e mesmo assim, com quase 30, Flora e Walder, viram em mim, algo que nem eu vejo, alguém que deve ser lido por outras pessoas sem ser da Unirio.
            Por lá (na Unirio), não fui só lido, como atacado, difamado, caluniado e centro de polêmicas, distorções, irrealidades, fatos absurdos e atitudes horrendas. Da minha parte e de muita gente para comigo. Foi uma guerra.  Um crime. Meu renascimento, e minha morte. Entreguei meu corpo, meu rosto, e perdi até a alma. Não existo mais.
            Sobrevivo em um mundo que discordo, que não me cabe, que não quero para ninguém. A inexistência de si, quando desistimos de querer qualquer coisa e ao mesmo tempo já fizemos tanto, que não tem volta. Já sou algo ou alguém na história de muita gente. De forma positiva e de forma negativa. Eu serei sempre o que eu não queria. Alguém que muita gente não amaria... infelizmente, para esses, vos digo, eu ainda me amo.
            Coexisto entre meus Eus, entre os tempos, passado, presente e futuro. Planejo e tomo atitudes. Sim, de fato, existo.            Há coisas no meu trabalho e jeito de agir que ainda gosto. Principalmente o fato de colar as ideias, progredir, rememorar, refazer, e mesmo assim, acreditar que apenas uma vez, mesmo dando tudo muito errado, teve um intuito.
            Em tudo que faço, principalmente na arte, mesmo que seja para o nada, ou para mim, tem uma fundamentação, uma teorização e uma estética. Há uma lógica no meu trabalho. Mesmo que eu não consiga me fazer entendido, o não sentido, o não gostar, o achar uma merda, é uma experiência.
            O não aplauso que busco. O não marcar hora. O não querer nada além de ser visto, ouvido, e comentado. Isso sim, de certa forma, me interessava. Até quando não concordo e fico muito puto quando inventam algo de mim (isso fundamenta um filme sem fim, que relatada verdades e mentiras no sentido extra-moral. O que é verdade? O que é mentira?). Mas, eu me fiz alguém assim. Um ser que as pessoas falam. Isso me faz ser. Existir.
            Mesmo que eu morra, em algum momento, creio que alguém que me conheceu lembrará algo que fiz. Isso é fazer história? E como re-fazer? Como se tornar personagem do seu próprio filme? Como falar de si escondendo aquilo que você não se orgulha? E como falar de si, sem escrever o que aconteceu, que para muitos não tem valor? Como falar de mim? O que falar de mim?
            Acho que agora não preciso mais falar nada. Tenho vídeos, relatos, memórias, pessoas, datas... tenho uma história sem fim para contar algo que nem tem importância, como elaborei meus trabalhos de arte e vida. Ficção e realidade. Personagens de mim com base em histórias universais. Contos de fadas, Desenhos animados. Filmes. Livros. A bíblia. Quem eu acho que sou? Quem sou eu para mim? Quem sou eu para quem me conheceu? Eu preferia responder o nada. Pra uns sou maluco. Para outros babaca. Para mim, não importa. Já disse, não existo. Sobrevivo por sobrevivência. Pelo instinto animal, e não moral. Tampouco tenho instintos éticos, uma vez que sempre acabo por desrespeitar aquilo que acredito, que é, a honestidade, a verdade, a sinceridade. Num mundo como o nosso, não posso ser assim. No meu  mundo, que não existe, não quero mais tentar que exista. Meu mundo não importa.
            Tentei me formar dizendo que queria falar do meu trabalho e de mim, e de tanto fazer isso, já não quero mais. Isso me prova algo. Eu nunca quero aquilo que conquisto. Quero mais. Quero além. Não quero só falar de mim, como re-fazer meu eu. E meu eu social? Em quem confiar se nem eu sei quem sou ou o que quero? Estar sozinho. Assim me sentia depois de cada evento... e assim me sinto depois de cada apresentação. Depois disso, todo mundo vai para casa. Eu não. Não tenho casa. Não tenho vida. Nem existo. Eu não sou eu e nunca conseguiria ser. Esse eu que eu dizia querer falar sobre, não é real. Alguém seguro e confiante do que faz. Alguém que aceita o outro. Esse não sou eu. Eu não me aceito, como aceitaria o outro?
            Sou um babaca com uma obra de arte imunda. Um lixo. Alguém desprezível que atrapalha aula, meio ambiente, recital, vida tranquila no RJ e a paz universitária. Os que aceitam todos, não me aceitam. Os artistas de lá? Pedem para que eu não volte.
            Não me querem em seus trabalhos, ou perto deles, ou em qualquer lugar que seja, uma vez que, sou um perigo constante. Posso “tacar gasolina” ou “coisa que cheire a gasolina” em todos os lugares. Sou um ser virtual. Que adiciono as moças e a maioria me aceita. Um menino branco, meio maluquinho, com olhos verdes azulados, mestre, professor odiado, um não artista.
            Ao vivo? E na minha arte? Um ser que não deveria existir. Façam-me o favor, troquem a garrafa do meu truque e deixem que eu morra na sua frente. Gasolina? Eu que inventei? Ambientalista.... e deixa copo plástico na pedra para o pessoal da limpeza recolher.
            Recital que impede ar-condicionado ser ligado no teatro ao lado, com um calor do caralho. Ar-condicionado? Energia elétrica. Papel, plástico, garrafas. Come chocolate, compra roupas, se utiliza do bem bom moderno, e vem arrotar sobre ambientalismo? Sobre direitos, igualdade e diferença? É o mesmo de eu te falar que negro tem preconceito comigo. Não vamos inverter as causas.
            Eu estava reivindicando usar um espaço, como estudante, teórico e artista. Um espaço que você também tenta fazer o mesmo. Se o meu trabalho te atrapalha, o teu me atrapalha por te atrapalhar. Se eu paro e você continua, eu não faço. Se eu faço e você não faz, eu faço. Quem vou escolher entre eu e você? Eu. Fogos? Fogo? Oh, que medo. Senhor, dei-me um minuto de paz para aguentar esse povo careta e hipócrita, que senta nas vassouras industriais, invoca deuses, coisas místicas, buscam paz interior, mas não entendem que cada qual busca sua própria paz da sua maneira.
            Usar algo industrial é denegrir a natureza. Viver humanamente hoje, é uma destruição para o meio natural. Não é um fogo formando um círculo que vai causar isso...  Minhas respostas e ações causam nojo, desafetos, intrigas, comentários maldosos, e revela a verdade. O ser precisa de algo para falar, criticar, atingir, diminuir, denegrir e questionar. E assim esquecem os reais problemas. Desigualdades. Falta de carinho. Pensar no afeto, abraços, poesias e risadas. Sofrer pelo outro... e se eu me matasse ali? Em cena... ninguém fez nada... sabiam ou achavam que sabiam o que eu estava fazendo. Que não ia dar em nada e se desse, foda-se ele, melhor, morreu se matando. Um ser babaca e imundo, morto pelo fogo que fez para mostrar que a vida ferve e a alma se vai...
            Se tudo fosse como eu queria, alguns cidadãos não precisavam nem existir. Mas, graças ao deus que acredito, ou os deuses que acreditem, ou nenhum deus, todos existimos em um mundo onde tudo é uma grande farsa. Invenções. Tal como minha cena de suicídio. Uma morte barulhenta. Ninguém me impediria. Mas não quero morrer. Se morrer, ótimo. Se não, bom também. Coexistir. Colaborar. Calar-se. Calar-me. Escrever para o nada. Para mim.      Vou tentar novamente. Vejam só. Eu não quero falar de Happenings[2], e poderia. Não quero falar de performances[3], tampouco quero falar de Alice no País das maravilhas e do Mágico de Oz a partir dos livros e/ou filmes.  Quero falar da minha história, como tentei traduzir minhas experiências de vida através da arte, o porquê, meus motivos, meus desejos, uma vontade louca de falar. Agora, vontade louca de escrever. Um medo enorme de ser lido. E um texto, cheio de cortes, recortes, verdades, ficções, choques, críticas, tapas na cara, palavrões. Muitos palavrões. Desgostos. Desamores. Desafetos. Amores, tesão. Vontade de agir. Querer ser visto. Agora não, calar-me.
            O silêncio e o muito barulho. O não silêncio. O silêncio de novo. Mais silêncio, até sumir. O nada. Alguém por perto. Eu. Eu sozinho. Eu com textos. Eu com ideias. Eu com amigos. Ou nada. Deitado, dormindo, pensando. Eu.
           
            

Obs2: CONFESSO QUE A VONTADE AINDA EXISTE, MAS A BANCA ME PEDIU PARA REFAZER ALGUMAS COISAS NO TEXTO. JULGO QUE O RELATO ACIMA COMO NOVA INTRODUÇÃO, COMO SUGERIU A BANCA, PENSANDO NO TEXTO COMO UM LIVRO, SERÁ FUNDAMENTAL PARA QUE EU CONSIGA ENFIM FALAR DO ÚLTIMO BAILE E DO ÚNICO O MUNDO MÁGICO DE OZ, QUE SERVIU COMO PRÁTICA DE MONTAGEM I EM 2015.1.

Obs3: Boas novas. Meu projeto de prática de montagem 3 foi aprovado por unanimidade no departamento de teoria do teatro da Unirio. Além disso, consegui quebra de pré-requisito e vou conseguir que lancem a nota da prática ainda em 2015.2 (o que faz de mim alguém formado agora... iupiii.. isso porque as notas podem ser lançadas até 05/02/2016 e eles vão avaliar a pré-produção de um cine/teatro ao vivo e online).


TÍTULO DO PROJETO:

            Como eu trato do meu EU como objeto e pesquisa em artes, minha proposta de PTM III recebeu o seguinte título: CINECLUBE AO VIVO E ONLINE 4 LADEIRAS E 70 DEGRAUS APRESENTA: “MEU PERNAMBUCO” 6 ANOS E MEIO DEPOIS: EM UMA SÉRIE DE VIAGENS. Aqui vou colocar só a parte do Resumo das cenas do projeto que foi encaminhado e aprovado pelo departamento de teoria do teatro para acontecer ainda em 2015.2.


Resumo

Parte 1
Vou começar por Olinda... alguns bairros, e lugares que já fui. Como será que está tudo agora? E depois? Depois vou para lugares em Paulista... Recife... Itamaracá... Vale da lua... Praias de Porto de Galinhas... Tamandaré. Já é o bastante para reviver lugares e apresentar para pessoas que nunca ouviram falar. Essa é a parte 1 do projeto.

Parte 2
Assistir jogos do Clube Sport do Recife. Agora, além dos jogos na Ilha do retiro (estádio do clube que fica em Recife), vou para todos os jogos fora de Recife, mas em Pernambuco, no intuito de, além de ver os jogos, conhecer o lugar e as pessoas. Em cada local quero saber dos costumes, valores, relatos, e, conversar sobre o que eu fazia pelo Rio de Janeiro (remontando a história do filme sem fim 4 Ladeiras e 70 Degraus).  Vão ser viagens bem loucas... espero que curtam...

Proposta de Encerramento na unirio
Conversa sobre o projeto + exibição de fragmentos do filme sem fim.
Local: Parede externa ao prédio novo do CLA, anexo ao refeitório.
Data: Até Junho de 2016 (a definir).


CENOGRAFIA/CENÁRIO/CENA/PRODUÇÃO:

Release:
Partindo da ideia de Happening e performances, o ator perforMAN traz a tona o inverso da loucura de várias histórias sobre histórias sobre ele a partir do cinema em casa com base no cinema de rua. A pesquisa serviu para conclusão do curso Bacharelado em Artes Cênicas dom habilitação em teoria do teatro na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro com título inicial sui generis, audacioso anárquico-político: TENTANDO SER ARTISTA EM UM ESPAÇO ONDE SÓ ESTUDAMOS OUTROS ARTISTAS: UMA PESQUISA AUTOBIOGRÁFICA DO PAÍS DAS MARAVILHAS PARA CIDADE DAS ESMERALDAS.  Em uma segunda versão, pensando ser um livro, o título provisório é: ARTE & CRIME: Uma Não autobiografia, pois apaguei coisas que não importam!!!! O cinema na vai ser na minha casa, Lucas Leal, 9 letras, pisciano. Ou melhor, na casa de mainha, que vivi de 1 ano e 10 meses até 23 anos e 5 meses. É de graça. VEM ME (RE) CONHECER?

“Agende seu horário online a partir das datas de exibição/gravação do meu/seu/nosso filme sem fim.”

Pré- estreia 26/02/2016 para ex-alunos do Antigo Colégio Atual Olinda (que estudaram entre 1996 e 2003) e Colégio São Bento de Olinda (1998 a 2003).

Após a pré-estreia, serão 5 semanas, 20 dias, 60 exibições/gravações de um filme sem fim, sobre um cara que viveu a vida de outro cara e fez outro cara viver a vida dele por 10 anos e fez outro cara viver a vida de outro cara por mais 10 anos e me fez viver a vida dele por 10 anos. Quem sou eu 10 anos depois? Depois? Quem é você nessa história? [4]


Abraços
Lucas Leal


PARECER DA BANCA:


DECLARAÇÃO DE DEFESA:


MATRIZ DO JORNALZINHO:





 JORNALZINHO PARA O PÚBLICO:






TEXTOS DO JORNALZINHO ALTERNATIVO "ANTES QUE O SOL DESPONTE": EDIÇÃO ESPECIAL DE FORMATURA



I

Texto
 I
{25/11/2015}

Quando comecei a fazer meu trabalho artístico, tinha em mente que era alguém diferente.  Uma pessoa que deveria ser vista. E persegui isto, mesmo
que inconscientemente. Mas, ser conhecido não é fácil.


Texto
 II
{Mesmo dia...}

Eu realmente acreditava no valor das minhas ideias. Nos objetivos do que buscava. Na trajetória que eu tentava traçar em minha vida. Ou talvez eu achasse que era diferente. Não superior, mas por vezes, para muitos, soou desta forma. Impor-me foi fundamental. Mas é contraditório e interpretativo. Até quando achamos que fazemos algo legal, alguém vê de outra forma. Até você começa a não ver da mesma forma. Talvez depois de 2013 tudo meio que perdeu o sentido. Eu já não tinha mais paciência de estar calado, engolindo sapo, morando em qualquer lugar e comendo PA (Prato do aluno) todo dia. Mas não queria carro, casas e joias. Não. Eu queria ser eu. Queria ser compreendido. Ter meu trabalho artístico fundamentado e no circuito cultural. Mas não foi bem esse o caminho que a vida me reservou. Comecei me desentender com muita gente, já não tinha tanta paciência. Coisas particulares da minha vida já não eram meros problemas meus, envolvia meu trabalho como artista e professor... situações aconteceram. Busque força interna. Tive uma forca enorme. Refazer-me. Compreender e aceitar críticas. Calar-me. Ou falar menos? Não sei... mas fui mudando, deixando de ter contato com pessoas e situações paralelas a minha real intenção. Quero ainda ser alguém que fez alguma coisa legal na vida.


Texto
III
26_11_2015

Eu tinha aquela ideia ingênua de amor. E de mim. Que seria amado. Muito amado, por ser quem  acho que sou. Mas as teias das relações sociais, sobretudo em encontros sobre política... não consigo explicar, mas se todo mundo pensasse igual eu penso, o mundo seria uma bosta. Essa é a conclusão maior que tiro de tudo que já vivi até hoje. Já tentei me desculpar com todas as pessoas que um dia me desentendi e tive oportunidade para isso. Algumas, não importam, pois eu não importo para elas. Outra lição que eu tiro. Ninguém é tão importante que deva ser lembrado por todo mundo. E há pessoas, que não precisam mesmo ser lembradas. Eu nunca entendi muito bem sobre isso, mas me imaginava como uma pessoa que deveria ser lembrada. Ora, na escola, entre os amigos, em todo lugar que estou, sempre chamei atenção. Mas, no atual momento, sobretudo o silêncio, tem sido o melhor companheiro. Falar o necessário. Escrever mais, e se possível, tentar publicar. Este jornalzinho... como defesa de monografia, como cena performativa, é um sonho realizado. Ter leitores, público, amigos, professores, compreendendo mesmo que vagamente meu trabalho é o que hoje me satisfaz. Mas não quero muito público, ou qualquer pessoa. Quero aquelas que queiram. Aqui faço como atividade de pesquisa estética em artes cênicas. É minha teoria do teatro. A rua como palco. Espaços públicos. O público como atores. E eu? Ah... eu sou esse ai... falem o que quiser de mim, eu só quero um tempo para escrever, e um dia para amar... o que vem depois de cada dia, é a vontade de ter mais tempo de escrever e mais dias para amar... já não quero ser amado... já me sinto amado. Não por todos. Por mim. Foi isso que consegui com toda minha pesquisa. Amar-me mesmo sem precisar ser amado. Amar os outros sem esperar o amor deles.
Amar... simplesmente...


Texto
 IV
{ Mesmo dia... }

Eu sei que é muito difícil, para quem não me conhece, e não trabalha com o meio artístico-cultural, entender um sujeito, que faz um filme sem fim, que conta a história de uma banda que não existe, misturando histórias reais com ficção a partir dos contos de fadas – com intuito de discutir arte e política. Quando intitulei o texto monográfico trouxe toda carga de vivência como estudante de artes na Unirio. E até hoje, o que acho mais legal é ter inventado o jornalzinho alternativo. Em 2013.2 com uma turma de estudantes de Geografia na Disciplina Sociologia da Educação na FFP-UERJ, passei como segunda atividade avaliativa. O grupo, depois de ver o filme “A Febre do Rato” e se chocar comigo como professor, foi estimulado a elaborar seu jornalzinho. Dar título. Tema. Com base sobretudo em inquietações sociais a partir de conceitos sociológicos, e fazer um “piloto” do jornalzinho. Foi lindo. Até hoje acho a melhor atividade que já pensei. É a melhor forma de comunicação para aqueles, como eu, que pesam demais e possuem muitos questionamentos. No texto livre, num jornalzinho meu, que eu apresento só para quem se interessa, para mim, é fazer arte. Mas não é fácil explicar isso como arte. Eu sei. Nunca foi. Nem tantos outros trabalhos e atitudes performáticas que fiz na Unirio. Fui, como muitos artistas são... incompreendido... quem tiver saco, um dia, senta comigo e me pergunta qualquer coisa, talvez eu diga que posso escrever uma carta para você. Que tal?

TÍTULO DA MONOGRAFIA: TENTANDO SER ARTISTA EM UM ESPAÇO ONDE SÓ ESTUDAMOS OUTROS ARTISTAS: UMA PESQUISA AUTOBIOGRÁFICA ENTRE O PAÍS DAS MARAVILHAS E A CIDADE DAS ESMERALDAS


Quer receber uma carta minha? Deixa o email abaixo... quem sabe os leitores também escrevem para você? Beijocas. (Fiz essa proposta em um evento, e tive 12 e-mails para fazer, vou limitar aqui em 5...).


1
2
3
4
5


Texto V

{27/11/2015}

Se agora, sei lá, depois de tudo que já vivi e fiz, alguém me perguntar, quer voltar 20 anos? 10 anos? 5 anos? Vou dizer que não. Eu não seria quem eu sou. Se fico pensando em voltar no tempo, não vivo o presente, não planejo meu futuro. Sou um teórico. Historiador. Artista. Tenho planos. Projetos. Pesquisas. Mesmo que, trabalhos sem fim. Não quero terminar nada. Terminem por mim. Queria somente viver e sorrir!!!


Explicando linguagem pernambuquês:

Performan = performer

Lá em Olinda, entre os amigos, nos chamamos de Man, monstro, monster, monstrinho, broder, brodagem, animal, entre outras formas “carinhosas”. Quando comecei a fazer performance, e me definir como ator que faz performances, imediatamente associei ao MAN. Então achei digno e justo me considerar um perforMAN. Soa mais nítido o sentido em minha cabeça ainda pernambucana. (página 108)


Parte da história sobre a história dos personagens que faço pensando no filme/teatro inacabado
          Um dia Gonzalez teve um sonho (2004), que podia reviver a história de alguém que viveu a história de alguém por 10 anos e fez outra viver a vida dela por 10 anos que fez outra pessoa viver a vida dela por dez anos e assim me fez viver 10 anos a sua vida. E assim foi vivendo... ele só poderia contar a história sobre a história depois desses 10 anos. Tem feito isso faz 1 ano... e talvez o faça por mais 9. Então temos 10 anos + 10 anos + 10 anos + 10 anos, de uma história que nem sabemos se é real...
            Para tentar explicar meu projeto, elaborei vários outros projetos... mas, só consegui condensar quando de fato resolvi transformar um perfil particular no facebook em fanpage, intitulando-me como personagem de um filme inacabado (interpretando Gonzalez, que interpreta o palhaço Low, que interpreta outros personagens...)  (trecho do memorial, página 116)



RESUMO DA MONOGRAFIA

O presente trabalho tem como finalidade apresentar questões que tentei elaborar em meus trabalhos artísticos durante a formação acadêmica. O título do trabalho TENTANDO SER ARTISTA EM UM ESPAÇO ONDE SÓ ESTUDAMOS OUTROS ARTISTAS: UMA PESQUISA AUTOBIOGRÁFICA ENTRE O PAÍS DAS MARAVILHAS E A CIDADE DAS ESMERALDAS sugere o quão difícil é ser artista dentro de uma Universidade. Buscando, no entanto, encontrar meu projeto de arte, desde 2010 ao presente momento, tomei atitudes para não desistir de encontrar o que estava procurando. Concluo o curso em Bacharelado em Artes Cênicas com Habilitação em Teoria do Teatro – discutindo arte e política nos contos de fadas, a partir da minha autobiografia – associando conceitos de performances; happenings; produção de cultura e arte independentes, rompendo tempo e espaço, misturando ficção com realidade, no sentido extra-moral. Com esse texto, não pretendo que as pessoas deixem de querer ser artista ou achem que eu consegui ser, tampouco acreditem que quero alguma coisa específica. A única coisa que queria, neste momento, é dizer que tentei muito ser artista. Mas, eu queria mesmo é ser quem sou, Lucas Leal, 9 letras, pisciano, nascido e criado em Olinda-PE, que  morou em favela no Rio de Janeiro, o resto não importa.


Palavras-chave:
Performance; arte e política; contos de fadas; autobiografia



Um pouco sobre minha vida...

“Sempre quis ser artista, queria ser músico, nunca tentei, tento ser ator, poeta e tenho um palhaço ex-jogador de futebol acrobata. Costumava pagar as contas dando aula... fiz algumas viagens pelo Brasil e América, trabalhando na rua... uma vida mais real, mais divertida... espero ser feliz nessa escolha!”

Sou Licenciado em História pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP - 2007.1); Pós-Graduado em Ensino de História das Artes e Religiões na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE - 2008.1); Especialista em Estudos cinematográficos pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP - 2010.1); Mestre em Políticas Públicas em Educação pelo programa de pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO - 2013.1);  formando em  Bacharelado em Artes Cênicas com Habilitação em Teoria do Teatro (UNIRIO - 2010.1).

A banda que não existe: https://www.facebook.com/SaulomBRA
Organização dos sonhos: https://www.facebook.com/koruprodutora



Alguns Projetos artísticos:




- Sobre o Jornalzinho -

O jornalzinho “ANTES QUE O SOL DESPONTE”, tem ligação com a filosofia de F. Nietzsche, inclusive o nome é baseado num tópico da terceira parte do livro Assim falou Zaratustra.

“(...)Não falamos um com o outro, porque sabemos coisas demais; silenciamos um com o outro, porque sabemos coisas demais; silenciamos um com o outro, num mútuo sorriso nos lançamos a nosso saber..(...)”

(Gonzalez, 2014, 10 anos depois de viver a vida de alguém...)

Qualquer pessoa interessada em publicar suas ideias, textos, poesias, pensamentos, reflexões, frases, protestos, dúvidas... ou simplesmente me chamar para fazer algo... enviar material para o e-mail: lucaslealcultura@gmail.com ;
Whatsapp 021 982030203

COLABORE SENDO PARTE DO PROJETO!


[1] Começo por aqui, por concordar muito. Sim, me sentia criminoso fazendo ilegalidades justificadas através do teatro. Papo para apresentação ao vivo e não para o livro. Aqui, não vou escrever algumas coisas que pretendo falar ao vivo ou no filme sem fim sobre uma banda que não existe.
[2] Sobre isso em outros lugares.
[3] Podem ver qualquer pessoa que fale disso na internet.
[4] A partir do dia 10/01/2016 estaremos divulgando o projeto e agendando as datas para o público em geral. Aos ex-alunos dos dois colégios, só falar comigo e confirmar sua presença. Poderei receber até 60 pessoas nesse dia. No restante da temporada, serão 15 pessoas por apresentação, três vezes por dia, de quinta a domingo para maiores de 18 anos (com apresentação para público infantil aos domingos).

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