sábado, 15 de outubro de 2016

Fragmentos de caminhos... quantas coisas eu vivi sem dar valor? (Relendo-me anos depois...) - 13/12/2010

Apresentação:

Fala povo, gostei da movimentação de leitura no blog, e como não vou aproveitar o último texto que escrevi (e falei que não publicaria), fui reler textos antigos e escolhi um com muita vida.  A ideia era ser um livro, e como decidi adotar o conceito de inacabado no meu trabalho artístico, achei pertinente selecionar um fragmento aleatório (colocando pequenas notas). Eu pensei em colocar uma foto do meu corpixo pra chamar atenção (hauahuahuahau), mas decidi colocar da dog Mel. Escrevendo isso aqui comecei chorar lembrando a terrinha... é isso...







Fragmentos de caminhos... quantas coisas eu vivi sem dar valor? (Relendo-me anos depois...)
13/12/2010 e notas de 2016.

        Estou indo do Rio de Janeiro para Recife. Totalmente diferente de como cheguei, e igual como há muito tempo não era. A parte difícil disto tudo já passou. Realizei muito, até mais do que imaginei, porém, menos do que eu realmente preciso. Continuo necessitando mudar muito, mas, que o próximo ano seja tudo como penso que vai ser. A parte mais emocionante é que realmente me livrei de muitos males, e agora posso dizer de cara limpa que sinto as mesmas emoções que antes, sem precisar, no entanto jogar o jogo dos ratos. Aprendi a me amar, a me valorizar, e sem necessariamente estar preocupado com o que os outros falam e pensam (ainda hoje tento fazer isso... rsrsrsrs... Nota de 2016 ), desta forma estou muito mais feliz do que cheguei.
         O Rio de Janeiro mudou minha vida, e eu fiz parte dela, eu fiz parte desta mudança. Gostaria de relembrar aqui cada instante que passei, desde as idas e vindas, de casas em casas, até chegar ao primeiro lugar no mestrado em educação na UNIRIO. Nada foi fácil. Muito menos escutar tanta coisa errada de alguns professoresFalo errada, pois não concordo, mas, há quem goste da forma como eles ensinam. Bem, não quero entrar neste pormenor agora diretamente.
         Tive que morar em vários lugares, ouvir várias gracinhas, inclusive de pessoas que ‘diziam’ ser amigas. Escutei principalmente que eu não iria conseguir, que só fazia tudo errado, que não sabia nem o que queria, e que dificultava tudo. Talvez eu não tenha dificultado, e sim aprendido que só na dificuldade é que damos valor. Bem, de certa forma concordo com muitas pessoas de que eu podia ter facilitado tudo, mas, o que seria deste livro então?
         Eu precisava viver essa aventura, um nordestino, andando para lá e para cá no Rio de Janeiro. Sai de Casa Caiada, praia de Olinda, diretamente para essa loucura que foi meu ano de 2010. De certa forma tudo isso começou em julho de 2009. Naqueles dois primeiros meses eu descobri que tinha forças e deus me falou que haveria algo de bom aqui para mim. Não satisfeito com todas as dificuldades eu lutei bastante, sofri bastante, e agora, estou aqui, feliz da vida, escrevendo diretamente do Galeão, destino Pernambuco, onde ficarei mais de dois meses só descansando, cuidando da saúde e da aparência.
        Quero chegar aqui no Rio depois do carnaval, completamente renovado, para passar 4 meses cursando o primeiro período do mestrado, e, aplicando o projeto no Chapéu Magueira (acabei investigando a Universidade das Quebradas – UFRJ - Nota de 2016). Pretendo realmente seguir o caminho de Deus, e sabe ele o quanto preciso disto. A muito que ando nas errâncias do mundo, e, penso que foi tudo muito necessário para eu ter conseguido tudo que consegui até agora. Sou bem visto no estágio e entre os colegas (será isso necessário? Nota de 2016). Fui bem visto pela minha futura orientadora (seis meses de curso e mudei de linha de pesquisa e de orientadora, Nota de 2016), e, quero chegar de cabeça fresca, disposto a escutar e aprender muito. Que deus ilumine os meus caminhos, e que se for de seu poder eu consiga a bolsa que tanto sonhei. Passei em primeiro lugar e preciso muito disto para não precisar desistir.
           O primeiro semestre foi muito mais doloroso do que o segundo. Posso até atribuir isto a minha ida para Brasília, meu contato com pessoas como Biskoitu e Formiga, e até mesmo minha oficina no ENEPE. Lá comecei a descobrir que precisava ser mais leve, mais livre, pensar e agir, saber a hora de curtir e a hora de pegar no batente. Então no segundo semestre vim decidido a fazer várias loucuras. Morei escondido durante um mês e meio na Universidade Federal do Estado do Rio. Paralelamente estava cursando 9 disciplinas no curso de Bacharelado em Artes Cênicas, havia me inscrito no mestrado, e comecei a correria atrás de bolsas e estágios.
       Nunca pensei que daria errado, mas, refletindo hoje, se não fosse o congresso de Feira de Santana, meu reencontro com a galera de Brasília, e é claro, tudo que vivi por lá, não teria dado certo. Aqui no Rio de Janeiro meu ‘anjo da guarda’ pode receber o nome de Sorriso (saudades dele inclusive, Nota de 2016).Já no Enearte eu consegui me estabilizar. Foi bom, emocionalmente estou surpreso, pois consigo perceber melhor minhas falhas, e conviver melhor com meus inúmeros defeitos (hahahhahahahahahaaahahha, queria voltar e dizer: “o processo é continuo”, Nota de 2016).  Quem sabe um dia conseguirei ser perfeito? (Nem preciso comentar o que penso agora né? Nota de 2016).
        Até aqui tenho sido abençoado, e agradeço a todo instante por tudo seguir no rumo, por ter conquistado muitos amigos, e pessoas que realmente acreditam no meu valor. Não precisam me julgar, e, a Unirio tem me fornecido surpresas (hahahahhahahahahahahaha #semcomentários, Nota de 2016). Quando entrei no programa conexões de saberes achei que realmente estava precisando daquilo, e hoje tenho certeza que não quero sair nem tão cedo (fiquei 3 meses, como passei no mestrado e fui para Olinda porque era mais barato ficar lá até ter bolsa no mestrado, pedi desligamento e fiquei como voluntário, hoje eu teria tentado continuar com essa bolsa os meses que fiquei em Pernambuco sem grana... Nota de 2016).
          Por lá (conexões de saberes, Nota de 2016) conheci outras pessoas da Unirio, e mais, conheci pessoas que estudam apesar de serem de famílias populares. Eles me influenciaram muito, me deram novo gás, e o resultado foi minha aprovação no mestrado. Ainda falo mais sobre este programa. Comecei a refletir minha vida, inclusive o que eu quero fazer dela profissionalmente, pois, cedo ou tarde, preciso de um trabalho fixo para ser possível constituir uma família. Agora pretendo seguir na educação, mestre, doutor, e pós-doutor. Para tanto vou começar a estudar o inglês e, tomara que tudo dê certo (ainda preciso estudar, está melhorzinho, Nota de 2016).
         Foi pensando nisso, que, morto de saudades, e tenso com os resultados das etapas do mestrado, que custavam a sair, na minha cabeça só tinha uma coisa, “quero voltar para casa”. Neste momento de vida eu estava a mais de um mês morando num hostel, aonde adquiri trauma e ‘abuso’ de ‘gringos’ (renderia mais de um capítulo este assunto, mas ainda estou pensando se vou fazer isso, porque apesar de tudo, muitos dos gringos que conheci gostaram de mim... e eu gosto deles).
         Vou resumir um pouco o que aconteceu em outubro. Mandei um trabalho (artigo científico), que era parte da minha pesquisa da pós em estudos cinematográficos, creio que um dos melhores trabalhos que já fiz... mandei este trabalho pra um colóquio de História que aconteceu em Pernambuco. Mandei, pois sabia que se fosse aprovado a Unirio pagaria minha passagem. Bem, meu trabalho passou, eu fui para Pernambuco, renovei minhas energias, voltei para o Rio, fiquei mais três semanas, e agora estou indo embora. Resumi em três linhas, algo que eu poderia contar em mil detalhes. Pois hoje tenho um grande problema, EU NÃO ESQUEÇO O QUE VIVO, QUE VEJO, QUE FALO, QUE SINTO. Vai ser meu terror e minha dádiva. Meu carma e minha salvação. A partir disto vou começar a me dedicar mais aos estudos e vivê-los na prática, como antes fazia quando comecei a pesquisar sobre pós-modernidade e religião.
         Eu fico triste em saber que as vezes, nós, estudantes e pesquisadores, saímos como chatos no dia a dia do senso comum. Acredito em algumas teorias que compreendi sim nos estudos, e outras que somente minha vivência. Mas ainda acredito que ninguém vai sentir o que você sente. Nem o que eu sentia. Nem o que eu estou sentindo agora. Não quero chatear ninguém. Queria todo mundo sorrindo... Hoje posso dormir e não acordar, e não terei um porém para resolver. Tenho muita vida aqui dentro... muita vida... muita vontade... mas importa mesmo que tenho vivido minha paz. Eu sei que você pode estar passando um problema, ou que você pode não gostar de mim ou do que escrevo, ou do que falo, ou simplesmente não ir com minha cara. Irmã/o, perdoa-me, sou tão humano quanto você... chega em mim, fala... e isso serve em todas as situações. Honestidade e sinceridade... sem ofensas, sem papo torto, sem mimmi... vamos dialogar... vamos ter paz? (Nota de 2016)




Abaixo uma carta-presente-poesia que fiz hoje:



Um dia talvez,
Não tão distante,
10 anos?
20 anos?

(...)

Lembra esse dia mais uma vez?

(....)

Mais uma vez?

(...)

E quando eu me for...
Não esquece...
...que ao menos uma vez...

(...)

***********Semana que vem, quinta, 20/10/2016 Meu simpósio com Elena Shuck (UFRGS):

POL 11 - POLÍTICAS DE ATENÇÃO AS MULHERES E A INTERFERÊNCIA DO ESTADO NOS DIREITOS DE REPRODUÇÃO FEMININA: CONVERGÊNCIAS E DIFERENÇAS REGIONAIS



Endereço: R. São Francisco Xavier, 524 - 1°andar - Sala 1006 A - Maracanã, Rio de Janeiro - RJ, 20550-900

Local: Sala 8050 Bloco F - 8 andar
Horário: 14:30 às 17:30



Beijos,


Lucas Leal 


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